Scanner corporal, câmera e acesso biométrico, plano de segurança para aeroportos prevê R$ 40 mi
Nesta primeira etapa haverá aumento do número de câmeras de segurança, identificação com chave de acesso individualizada aos sistema de bagagens no Terminal 3 (internacional), restrição ao acesso a celulares e tablets em locais estratégicos, entrada centralizada ao terminal de cargas e acesso biométrico de funcionários às áreas restritas, novos equipamentos de Raio-X, entre outras medidas. No prazo de até 18 meses, o aeroporto de Cumbica deve receber um sistema de detecção automatizada de explosivos e melhorias no sistema de transporte de bagagem.
Também está prevista, na segunda fase de implantação do programa, três novos scanners corporais, equipamento de inspeção que permite observar o que a pessoa carrega tanto por baixo das roupas como dentro do corpo.
O scanner corporal teve seu uso intensificado no Brasil nos grandes eventos (Copa das Confederações, Copa Mundial e Olimpíada) e passou a ser instalado também em presídios. "O body scanner não será agora nesse primeiro investimento de seis meses, mas está previsto no plano e a gente faz na sequência", disse Juliano Noman, secretário nacional de Aviação Civil do Ministério de Portos e Aeroportos. O programa foi lançado em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Agência Nacional de Aviação (Anac), Polícia Federal e Receita Federal.
O programa prevê que os investimentos em segurança feitos pelas concessionárias dos aeroportos sejam deduzidos das outorgas devidas ao Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC). Segundo o Ministério dos Portos e Aeroportos, uma vez justificada a atualização dos equipamentos no âmbito do programa, as concessionárias participantes poderão pleitear à Anac a recomposição dos desembolsos devidamente comprovados.
O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou que, além de coibir a prática de crimes como o tráfico de drogas, a iniciativa vai proporcionar maior sensação de segurança para passageiros e funcionários dos aeroportos. "Aprimorar a segurança nos aeroportos é nosso dever. Somos corresponsáveis, junto com as concessionárias e companhias aéreas, pela segurança das pessoas e dos bens que elas levam nos deslocamentos aeroportuários."
Tráfico de drogas
O aeroporto de Cumbica é usado por traficantes de drogas, principalmente integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), para escoar entorpecentes para a Europa e a África, como mostrou o Estadão em maio.
A forma mais comum é usar "mulas", como são chamadas pessoas que transportam a droga na bagagem ou no próprio corpo. Mas, nesses casos, a quantidade de entorpecente transportada é pequena. Para aumentar esse volume, as quadrilhas começaram a cooptar funcionários do aeroporto, que usam várias táticas: desde a troca de bagagens, como no caso das duas goianas presas injustamente na Alemanha, até esconder cocaína entre cobertores distribuídos pelas companhias aéreas.
Dados da Polícia Federal apontam que o maior aeroporto do País teve 343 prisões por tráfico em 2022, o número mais alto em dez anos. Já a quantidade de drogas apreendidas chegou ao segundo maior patamar do período (2.910,7 kg). E não há indícios de desaceleração: de janeiro a abril deste ano, uma tonelada de entorpecentes foi interceptada pela PF - 9% a mais do que no mesmo período do ano passado.
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