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Aliado de Nunes, Aldo Rebelo critica '3º turno' em São Paulo

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, ao lado do ex-ministro e Secretário Municipal de Relações Internacionais, Aldo Rebelo Imagem: 16.jan.2024-Reprodução/Instagram

São Paulo

22/04/2024 13h13

Em evento realizado nesta segunda-feira, 22, em São Paulo, o secretário municipal de Relações Internacionais, Aldo Rebelo, aliado de Ricardo Nunes (MDB), negou que o prefeito faça um governo de direita e criticou a tentativa de transformar a eleição municipal no "terceiro turno" da eleição presidencial.

Na direção contrária, Juliano Medeiros (PSOL), um dos coordenadores da pré-campanha de Guilherme Boulos (PSOL), disse que é "impossível negar" que o pleito em São Paulo expressará a divisão política que se consolida em todo o País. Eles participaram do Seminário Brasil Hoje, realizado pelo Esfera Brasil.

O entorno de Nunes tenta evitar a nacionalização da eleição e busca focar o discurso em temas municipais. Também procura ressaltar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é apenas um entre os vários apoiadores do prefeito, de forma a minimizar a rejeição do ex-presidente na capital paulista e evitar a polarização com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apoia Boulos.

"O governo do prefeito Ricardo Nunes não é governo de direita, é governo de forças heterogêneas, de partidos que inclusive integram a base de governo do presidente Lula. O partido dele tem três ministros no governo", disse Rebelo.

"Agora, querem impor em São Paulo um terceiro turno de eleição presidencial. Não, senhoras e senhores, a eleição é municipal, é entre candidatos que querem administrar a cidade de São Paulo, e não o Brasil", completou. A própria possibilidade de Aldo Rebelo ser indicado a vice de Nunes reforçaria o caráter de frente ampla que o prefeito tenta adotar para esvaziar a polarização.

Juliano Medeiros rebateu Aldo Rebelo e disse que a política brasileira está divida em dois blocos: o progressista, liderado por Lula, e o conservador, por Bolsonaro, embora ele concorde que ambos sejam heterogêneos. De um lado, citou, estarão os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Fernando Haddad (Fazenda), enquanto do outro há Bolsonaro e os ex-ministros Fabio Wajngarten (Comunicação) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).

"Essa divisão diz respeito não a visões ideológicas, ao contrário do que o ex-ministro Aldo tenta nos colocar, mas opõe projetos de País. Relação com as instituições, modelo econômico. É uma disputa de visão de mundo", disse o ex-presidente do PSOL. "Eu tenho certeza que aqui em São Paulo essa oposição estará colocada entre o candidato do Bolsonaro e o candidato do presidente Lula", concluiu.

O PSB, de Tabata Amaral, foi representado pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), que disse que a sigla de centro-esquerda tem histórico de tentar romper a polarização entre direita e esquerda, citando o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto em 2014, e o filho dele, João Campos, atual prefeito de Recife. "Dentro desse eixo, Tabata, com todo respeito ao Nunes e Boulos, pode romper essa polarização aqui em São Paulo", afirmou.

Pesquisa Datafolha publicada no início de março aponta empate técnico entre Boulos, com 30%, seguido de Nunes, com 29%. Tabata tem 8%. Marina Helena (Novo) tem 7%. Kim Kataguiri (União Brasil) aparece com 4% e Altino (PSTU) alcança 2%. A margem de erro é de três pontos porcentuais. A pesquisa foi realizada nos dias 7 e 8 de março, ouviu 1.090 eleitores e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo SP-08862/2024.

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