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Líder do Taliban envia pedido de desculpas a Malala

Em Londres

17/07/2013 14h42Atualizada em 17/07/2013 16h18

O líder do Taliban paquistanês Adnan Rasheed enviou uma carta à ativista de 16 anos, Malala Yousafzai, que foi alvo de um ataque do grupo, desculpando-se pelo atentado realizado no ano passado.   

A emissora britânica Channel 4, que teve acesso ao documento, divulgou que Rasheed, que escreveu pessoalmente a carta, disse desejar "que o atentado a Malala nunca tivesse ocorrido" e que ele ficou "chocado" com atitude de seu grupo.   


Ele define o ataque como um "incidente" e revela que existe um debate dentro do organismo se a ação foi certa ou errada, sem dar mais detalhes.   

Após demonstrar "arrependimento", no entanto, Rasheed justificou a violência contra Malala culpando sua "campanha de difamação contra os esforços [do Taliban] para estabelecer um regime islâmico" na região.   

A jovem paquistanesa luta contra a Sharia, a lei islâmica, e pelo direito das mulheres de terem acesso à educação. Malala disse, recentemente, em um discurso na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, que os esforços do Taliban para que se calasse falharam.

Em sua primeira aparição após o ataque, que aconteceu em seu aniversário de 16 anos, Malala afirmou que os extremistas que atiraram nela "tinham, e têm, medo de livros e canetas. Eles têm medo de mulheres".

No ano passado, ela foi atingida na cabeça e ficou seriamente ferida, quando chegava à sua escola, localizada em uma região controlada pelo Taliban no Paquistão. Após o ataque, ela foi levada ao Reino Unido para ser tratada. Hoje ela vive com sua família na cidade de Birmingham.