UE envia carta à Itália pedindo explicações sobre 'manobra'
BRUXELAS E ROMA, 25 OUT (ANSA) - A União Europeia enviou uma carta ao governo da Itália solicitando esclarecimentos sobre a manobra financeira para o orçamento de 2017, confirmaram fontes do governo nesta terça-feira (25). O prazo final de resposta será até quinta-feira (27).
O projeto prevê um investimento de cerca de dois bilhões de euros a mais para a saúde, além de algumas medidas para a retomada econômica do país. O documento que foi apresentado à UE não considera ainda os gastos com o terremoto que atingiu a região central da Itália em agosto e a gestão da crise migratória nos dados da relação entre Produto Interno Bruto (PIB) e dívida pública.
"Ela [carta] chegou e é absolutamente normal para nós e para os países que a receberam. Nos pede esclarecimentos sobre os aspectos centrais das medidas", disse o ministro da Economia, Pier Carlo Padoan. Segundo o líder da pasta, há ainda questionamentos sobre os gastos com o pós-terremoto e com os imigrantes.
Padoan acrescentou que se esses "gastos" não existissem, "o nosso déficit seria menor que 2%, uma cifra baixíssima".
Criticando a postura europeia em relação aos imigrantes, o ministro destacou que "se a Europa ignora os problemas dos imigrantes e tolera os muros, ela terá problemas de sobrevivência".
Quem também comentou a carta foi o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, que participava de um popular programa televisivo.
"Se a UE quer que a gente diminua as despesas com os imigrantes na Itália, nós vamos diminuir os custos. Abram as portas e nós baixaremos os gastos. Em vez de abrir a boca, abram suas carteiras", disse o premier.
Renzi alçou o tom contra os países que não aceitam a cota de imigrantes e ameaçou vetar o orçamento do bloco econômico em 2017 caso a situação não mude e os outros governos não colaborem na questão dos deslocados.
"O governo [Mario] Monti estabeleceu a divisão do orçamento na sede da UE em que nós damos 20 bilhões de euros à Europa e a UE nos restitui 12 bilhões de euros. Mas, se a Hungria ou a Eslováquia querem fazer moral sobre os imigrantes, e não nos dão a mão, e depois querem o nosso dinheiro, em 2017 quando iniciar a discussão sobre o orçamento, a Itália fique ao lado do governo para dizer que "não", que absolutamente não há dinheiro se nós colocamos o nosso e recebemos o ônus de outros países", ameaçou o premier.
Para o líder do governo italiano, a Itália "não está violando, mas respeitando as regras" e ele vê o ano que vem como um "ano decisivo".
"Nós temos o debate sobre o orçamento europeu e depois haverá o debate sobre as regras de política econômica. Se a Itália chegar forte, seremos o país-rebocador porque os outros têm eleições e nós podemos guiar", disse ainda Renzi. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O projeto prevê um investimento de cerca de dois bilhões de euros a mais para a saúde, além de algumas medidas para a retomada econômica do país. O documento que foi apresentado à UE não considera ainda os gastos com o terremoto que atingiu a região central da Itália em agosto e a gestão da crise migratória nos dados da relação entre Produto Interno Bruto (PIB) e dívida pública.
"Ela [carta] chegou e é absolutamente normal para nós e para os países que a receberam. Nos pede esclarecimentos sobre os aspectos centrais das medidas", disse o ministro da Economia, Pier Carlo Padoan. Segundo o líder da pasta, há ainda questionamentos sobre os gastos com o pós-terremoto e com os imigrantes.
Padoan acrescentou que se esses "gastos" não existissem, "o nosso déficit seria menor que 2%, uma cifra baixíssima".
Criticando a postura europeia em relação aos imigrantes, o ministro destacou que "se a Europa ignora os problemas dos imigrantes e tolera os muros, ela terá problemas de sobrevivência".
Quem também comentou a carta foi o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, que participava de um popular programa televisivo.
"Se a UE quer que a gente diminua as despesas com os imigrantes na Itália, nós vamos diminuir os custos. Abram as portas e nós baixaremos os gastos. Em vez de abrir a boca, abram suas carteiras", disse o premier.
Renzi alçou o tom contra os países que não aceitam a cota de imigrantes e ameaçou vetar o orçamento do bloco econômico em 2017 caso a situação não mude e os outros governos não colaborem na questão dos deslocados.
"O governo [Mario] Monti estabeleceu a divisão do orçamento na sede da UE em que nós damos 20 bilhões de euros à Europa e a UE nos restitui 12 bilhões de euros. Mas, se a Hungria ou a Eslováquia querem fazer moral sobre os imigrantes, e não nos dão a mão, e depois querem o nosso dinheiro, em 2017 quando iniciar a discussão sobre o orçamento, a Itália fique ao lado do governo para dizer que "não", que absolutamente não há dinheiro se nós colocamos o nosso e recebemos o ônus de outros países", ameaçou o premier.
Para o líder do governo italiano, a Itália "não está violando, mas respeitando as regras" e ele vê o ano que vem como um "ano decisivo".
"Nós temos o debate sobre o orçamento europeu e depois haverá o debate sobre as regras de política econômica. Se a Itália chegar forte, seremos o país-rebocador porque os outros têm eleições e nós podemos guiar", disse ainda Renzi. (ANSA)
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