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Italianos evitam viajar no fim de ano por medo de atentados

27/12/2016 19h00

ROMA, 27 DEZ (ANSA) - O medo de atentados terroristas cresce na Itália, alimentado pelo ataque ao mercado de Natal de Berlim no dia 19 de deste mês e pela morte do seu principal suspeito, o tunisiano Anis Amri, em Milão na semana passada, e faz com que os italianos pensem duas vezes antes de sair de casa e viajar nas festas de fim de ano.   

Segundo o estudo "Italian Terrorism Infiltration Index 2016" realizado pelo Instituto Demoskopika, 75% dos cidadãos italianos, principalmente os jovens, estão pensando em cancelar as suas viagens devido às ameaças de atentados e preferindo ficar em lugares "mais seguros", como na própria casa.   

Em outras palavras, o terrorismo começa a gradualmente condicionar a vida cotidiana coletiva a um ponto que mais da metade dos italianos, exatamente 54,1%, está mudando seus costumes devido ao medo dos cada vez mais comuns ataques.   

Além disso, de acordo com a pesquisa, que traçou um mapa das regiões mais ameaçadas pelo perigo de uma possível infiltração terrorista, Lombardia e Lazio são as regiões que são consideradas, pelo segundo ano consecutivo, as mais expostas a atentados.   

Foram 59 os ataques terroristas na Itália nos últimos 10 anos, de acordo com o Global Terrorism Database, sendo que o Lazio sofreu 15 deles, a Lombardia, 11 e o Piemonte, 8.   

Para isso, foram analisados três fatores "sensíveis": as investigações de terrorismo no território italiano, os atentados que aconteceram no país e os estrangeiros residentes na Itália e que são provenientes dos países considerados o "top five" do terror pelo Instituto para Economia e Paz (IEP) no estudo "Global Terrorism Index 2016" (Iraque, Afeganistão, Paquistão, Nigéria e Síria). A pesquisa do Instituto Demaskopika também revelou que 81,6% dos italianos acreditam que são necessários controles internos mais rígidos para garantir a segurança nacional e que 60,8% dos entrevistados afirmam que consideram preciso o fechamento das fronteiras da Itália para que imigrantes com "vocação terrorista" não consigam mais entrar.   

A organização também mostrou que entre 2005 e 2014 o número de conexões telefônicas controladas com autorização de autoridades italianas para investigações sobre ameças internas e internacionais de terrorismo foi 7.991 e que as atividades de escuta em 2014 cresceram 30,4%. (ANSA)
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