Aos 91 anos,morre Gregorio Álvarez,último ditador do Uruguai
MONTEVIDÉU, 28 DEZ (ANSA) - Morreu na madrugada desta quarta-feira, dia 28, aos 91 anos, o ex-general Gregorio "Goyo" Álvarez, o último presidente da ditadura cívico-militar do Uruguai (1981 - 1984) e um dos dirigentes mais importantes deste regime desde seu início no golpe de Estado de 27 de junho de 1973.
Filho e neto de militares, Álvarez teve um lugar de prestígio na política a partir de 1971, quando foi nomeado chefe da Junta de Comandantes em Jefe y el Estado Mayor Conjunto (Esmaco), chamada pelo governo para intervir na luta contra o Movimento de Liberação Nacional - Tupamaros (MLN - T), grupo guerrilheiro uruguaio.
O militar foi um dos protagonistas dos acontecimentos políticos de 1973 que acabaram no golpe em junho organizado pelo então presidente Juan María Bordaberry, eleito em 1971.
Nesse ínterim, Álvarez ficou conhecido como um oficial de ideias progressistas da ala chamada peruanista das Forças Armadas, nome que fazia alusão à ditadura militar de Juan Velasco Alvarado no Peru, que até tentou negociar uma trégua com os Tupamaros para definir um programa político comum.
Quase uma década depois, no entanto, Álvarez se tornou o maior opositor da volta da democracia no país, tendo rejeitado a reforma constitucional proposta pelo governo de fato em um plebiscito de novembro de 1980. Nomeado presidente em setembro de 1981, substituindo o civil Aparicio Méndez, que havia assumido o cargo logo após a crise entre Borbaderry e os militares em 1976, o ditador tentou impedir de todas as maneiras possíveis que o Uruguai regressasse à normalidade democrática.
Nem o triunfo dos setores democráticos dos chamados "partidos tradicionais" nas eleições internas de 1982 ou a massiva manifestação em defesa da Constituição de 1983, a maior da história do país, diminuíram a determinação do ditador.
Apenas a negociação direta entre os altos cargos militares e os dirigentes políticos, que resultou no Pacto do Clube Naval em agosto de 1984, conseguiu forçar Álvarez a convocar eleições para novembro daquele ano e renunciar a Presidência poucos dias antes de Julio María Sanguinetti, seu sucessor eleito democraticamente, assumir.
Depois da volta da democracia, Álvarez foi um dos poucos responsáveis pela ditadura que foram responsabilizados de maneira penal pelas violações dos direitos humanos. Em outubro de 2009, ele foi condenado a 25 anos de prisão por "crimes de homicídio especialmente agravado" nos casos de 37 detidos-desaparecidos durante o regime na Argentina, cujos corpos nunca foram encontrados. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Filho e neto de militares, Álvarez teve um lugar de prestígio na política a partir de 1971, quando foi nomeado chefe da Junta de Comandantes em Jefe y el Estado Mayor Conjunto (Esmaco), chamada pelo governo para intervir na luta contra o Movimento de Liberação Nacional - Tupamaros (MLN - T), grupo guerrilheiro uruguaio.
O militar foi um dos protagonistas dos acontecimentos políticos de 1973 que acabaram no golpe em junho organizado pelo então presidente Juan María Bordaberry, eleito em 1971.
Nesse ínterim, Álvarez ficou conhecido como um oficial de ideias progressistas da ala chamada peruanista das Forças Armadas, nome que fazia alusão à ditadura militar de Juan Velasco Alvarado no Peru, que até tentou negociar uma trégua com os Tupamaros para definir um programa político comum.
Quase uma década depois, no entanto, Álvarez se tornou o maior opositor da volta da democracia no país, tendo rejeitado a reforma constitucional proposta pelo governo de fato em um plebiscito de novembro de 1980. Nomeado presidente em setembro de 1981, substituindo o civil Aparicio Méndez, que havia assumido o cargo logo após a crise entre Borbaderry e os militares em 1976, o ditador tentou impedir de todas as maneiras possíveis que o Uruguai regressasse à normalidade democrática.
Nem o triunfo dos setores democráticos dos chamados "partidos tradicionais" nas eleições internas de 1982 ou a massiva manifestação em defesa da Constituição de 1983, a maior da história do país, diminuíram a determinação do ditador.
Apenas a negociação direta entre os altos cargos militares e os dirigentes políticos, que resultou no Pacto do Clube Naval em agosto de 1984, conseguiu forçar Álvarez a convocar eleições para novembro daquele ano e renunciar a Presidência poucos dias antes de Julio María Sanguinetti, seu sucessor eleito democraticamente, assumir.
Depois da volta da democracia, Álvarez foi um dos poucos responsáveis pela ditadura que foram responsabilizados de maneira penal pelas violações dos direitos humanos. Em outubro de 2009, ele foi condenado a 25 anos de prisão por "crimes de homicídio especialmente agravado" nos casos de 37 detidos-desaparecidos durante o regime na Argentina, cujos corpos nunca foram encontrados. (ANSA)
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