Da política ao cinema, veja filmes que contam o populismo(2)
...continuação Por Paola Mentuccia ROMA, 23 MAI (ANSA) - Assim como os filmes de Belvaux, o documentário de Curtis parece, na verdade, uma espécie de aviso "extremo" para os eleitores, que não foi totalmente compreendido e desenvolvido pela população norte-americana, assim como a francesa.
De acordo com o jornal britânico "The Guardian",Curtis sugere que as conversas em mídias sociais e até mesmo o fim do fundamentalismo islâmico representam um recuo da complexidade da vida que reflete em nossos desejos e ansiedades.
O título do documentário, por outro lado, faz referência e sugere como o Ocidente chegaria a um momento de desilusão em massa. "Vivemos em uma época de grande incerteza e confusão.
Eventos continuam acontecendo e parecem inexplicáveis, fora de controle. Donald Trump, Brexit, a guerra na Síria, a crise de imigrantes sem fim, ataques à bomba aleatórios. E aqueles que supostamente deveriam estar no poder, estão paralisados. Eles não têm ideia do que fazer", diz Curtis descrevendo um apocalipse moderno.
Segundo o diretor britânico, os políticos, "em vez de mostrarem a sua verdadeira complexidade, construíram uma versão mais simples do mundo". No filme aparecem situações preocupantes do planeta relacionadas à imagens de políticos sorrindo, "Sabemos que eles estão mentindo. Eles sabem que nós sabemos que eles estão mentindo. Nós dizemos o que é interessante, mas não fazemos nada e nada muda", ressaltou.
"O desejo de mudança se torna opaco e deixa boa parte do mundo impotente e desesperada. HyperNormalisation gasta quase três horas para explicar, através do cine-jornalismo, como chegamos a um momento tão preocupante na história do mundo, e para identificar o quanto as mentiras se tornaram tão codificadas.
Como os líderes ocidentais rejeitaram as escolhas difíceis, cederam autoridades para o financiamento global e construíram uma falsa narrativa, evitando verdades desconfortáveis", acrescentou Curtis.
Para o diretor britânico, "a culpa é da classe dominante, populações inteiras que escolheram não se opor e quiseram acreditar em uma visão tranquilizadora da realidade, ao ser capaz de imaginar as consequências". O jornalista e escritor francês Vitkine também usou seu filme para estudar sobre o crescimento de partidos populistas na Europa. Seu documentário "Populisme, l'Europe en danger" traz um sistema de pensamento baseado na ideia de que as pessoas estão sempre certas, porque elas representam o povo. Ele utiliza métodos doutrinários de adesão a uma ideologia que tem alguns temas que são bases para a razão de ser: justicialismo, imigração, oposição política, desemprego, entre outras frustrações que tornam todos vítimas do sistema.
Vitkine quer transmitir ao público que um líder populista, ao mesmo tempo que são "campeões da democracia", estão construindo um único pensamento que censura qualquer coisa que se opõe a esses valores e ideais impostos, ou seja, o totalitarismo.
(ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
De acordo com o jornal britânico "The Guardian",Curtis sugere que as conversas em mídias sociais e até mesmo o fim do fundamentalismo islâmico representam um recuo da complexidade da vida que reflete em nossos desejos e ansiedades.
O título do documentário, por outro lado, faz referência e sugere como o Ocidente chegaria a um momento de desilusão em massa. "Vivemos em uma época de grande incerteza e confusão.
Eventos continuam acontecendo e parecem inexplicáveis, fora de controle. Donald Trump, Brexit, a guerra na Síria, a crise de imigrantes sem fim, ataques à bomba aleatórios. E aqueles que supostamente deveriam estar no poder, estão paralisados. Eles não têm ideia do que fazer", diz Curtis descrevendo um apocalipse moderno.
Segundo o diretor britânico, os políticos, "em vez de mostrarem a sua verdadeira complexidade, construíram uma versão mais simples do mundo". No filme aparecem situações preocupantes do planeta relacionadas à imagens de políticos sorrindo, "Sabemos que eles estão mentindo. Eles sabem que nós sabemos que eles estão mentindo. Nós dizemos o que é interessante, mas não fazemos nada e nada muda", ressaltou.
"O desejo de mudança se torna opaco e deixa boa parte do mundo impotente e desesperada. HyperNormalisation gasta quase três horas para explicar, através do cine-jornalismo, como chegamos a um momento tão preocupante na história do mundo, e para identificar o quanto as mentiras se tornaram tão codificadas.
Como os líderes ocidentais rejeitaram as escolhas difíceis, cederam autoridades para o financiamento global e construíram uma falsa narrativa, evitando verdades desconfortáveis", acrescentou Curtis.
Para o diretor britânico, "a culpa é da classe dominante, populações inteiras que escolheram não se opor e quiseram acreditar em uma visão tranquilizadora da realidade, ao ser capaz de imaginar as consequências". O jornalista e escritor francês Vitkine também usou seu filme para estudar sobre o crescimento de partidos populistas na Europa. Seu documentário "Populisme, l'Europe en danger" traz um sistema de pensamento baseado na ideia de que as pessoas estão sempre certas, porque elas representam o povo. Ele utiliza métodos doutrinários de adesão a uma ideologia que tem alguns temas que são bases para a razão de ser: justicialismo, imigração, oposição política, desemprego, entre outras frustrações que tornam todos vítimas do sistema.
Vitkine quer transmitir ao público que um líder populista, ao mesmo tempo que são "campeões da democracia", estão construindo um único pensamento que censura qualquer coisa que se opõe a esses valores e ideais impostos, ou seja, o totalitarismo.
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