Juncker chama Parlamento UE de 'ridículo' e causa confusão
ESTRASBURGO, 4 JUL (ANSA) - A reunião no Parlamento Europeu nesta terça-feira (4), que serviria para debater soluções para ajudar a Itália na gestão da crise migratória, acabou em bate boca entre o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o líder da Casa, o italiano Antonio Tajani.
Por conta do baixo quórum, cerca de 30 dos 750 deputados europeus, Juncker se revoltou e criticou os membros da entidade.
"O Parlamento Europeu é ridículo, muito ridículo. Gostaria de dar as boas vindas àqueles que se deram ao trabalho de aparecer aqui nesta manhã, mas o fato de estarem presente apenas 30 membros do Parlamento apenas ilustra o fato do Parlamento não ser uma instituição séria", disse irritado Juncker.
O líder da Comissão ressaltou a presença do primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, que foi com uma comitiva para discutir os temas sobre a imigração. "Se fosse [Emmanuel] Macron ou [Angela] Merkel, e não um país pequeno como Malta, a casa estaria cheia", ironizou.
Então, Tajani alçou o tom de voz e pediu que Juncker tivesse uma "atitude mais respeitosa" e lembrou que é "a Comissão que está sob o controle do Parlamento e não o contrário". Irritado com a fala do presidente do Parlamento, Juncker voltou a atacar e ironizou que "só estão alguns membros aqui para controlar a Comissão".
"Não somos ridículos", prosseguiu Tajani ao que Juncker respondeu, agradecendo novamente a presença de Muscat, com um "nunca mais participo de uma reunião desse tipo aqui". "Não temos o direito de nos perder nos egoísmos nacionais e o demonstraremos hoje. A Comissão fez muito, mas não tudo que deveria porque os nossos meios técnicos e financeiros são limitados. Mas, continuaremos a perseguir nossa ação de solidariedade com a Itália, que está sendo heroica. Viva a Itália", disse assim que encerrou sua fala.
Horas após o encontro, o porta-voz de Tajani informou que os dois líderes se reuniram a portas fechadas para "esclarecer" os debates. "Juncker disse que ficou decepcionado com os termos usados no debate e Tajani ressaltou que o caso está fechado", disse o representante.
A reunião prosseguiu apenas com os eurodeputados que estavam na Casa após a discussão.
- Debate sobre imigração: O líder da Comissão Europeia havia sido convidado pelo Parlamento para debater soluções sobre o agravamento da crise migratória na Itália. Apesar do número de deslocados que chegam à Europa ter diminuído consideravelmente na rota marítima até a Grécia, os portos italianos continuam recebendo milhares de imigrantes diariamente.
Por conta disso, o governo de Roma chegou a ameaçar fechar os portos para controlar o fluxo se a União Europeia não fizesse nada para ajudar. Ainda hoje, o colégio dos comissários apresentará um novo plano de gestão, que promete auxiliar os italianos no momento.
De acordo com uma entrevista do comissário para a Imigração, Dimitris Avramopoulos, ao jornal "Le Figaro", o novo plano terá como base quatro pontos principais: preparar um código de conduta para as ONGs que atuam no salvamento e resgate de deslocados no Mediterrâneo; reforçar a capacidade da Líbia, de onde partem os barcos que seguem para a Itália, para controlar as fronteiras marítimas e terrestres; tornar mais eficaz a política de retorno dos imigrantes irregulares; e acelerar a aplicação das realocações em outros países da União Europeia.
(ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Por conta do baixo quórum, cerca de 30 dos 750 deputados europeus, Juncker se revoltou e criticou os membros da entidade.
"O Parlamento Europeu é ridículo, muito ridículo. Gostaria de dar as boas vindas àqueles que se deram ao trabalho de aparecer aqui nesta manhã, mas o fato de estarem presente apenas 30 membros do Parlamento apenas ilustra o fato do Parlamento não ser uma instituição séria", disse irritado Juncker.
O líder da Comissão ressaltou a presença do primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, que foi com uma comitiva para discutir os temas sobre a imigração. "Se fosse [Emmanuel] Macron ou [Angela] Merkel, e não um país pequeno como Malta, a casa estaria cheia", ironizou.
Então, Tajani alçou o tom de voz e pediu que Juncker tivesse uma "atitude mais respeitosa" e lembrou que é "a Comissão que está sob o controle do Parlamento e não o contrário". Irritado com a fala do presidente do Parlamento, Juncker voltou a atacar e ironizou que "só estão alguns membros aqui para controlar a Comissão".
"Não somos ridículos", prosseguiu Tajani ao que Juncker respondeu, agradecendo novamente a presença de Muscat, com um "nunca mais participo de uma reunião desse tipo aqui". "Não temos o direito de nos perder nos egoísmos nacionais e o demonstraremos hoje. A Comissão fez muito, mas não tudo que deveria porque os nossos meios técnicos e financeiros são limitados. Mas, continuaremos a perseguir nossa ação de solidariedade com a Itália, que está sendo heroica. Viva a Itália", disse assim que encerrou sua fala.
Horas após o encontro, o porta-voz de Tajani informou que os dois líderes se reuniram a portas fechadas para "esclarecer" os debates. "Juncker disse que ficou decepcionado com os termos usados no debate e Tajani ressaltou que o caso está fechado", disse o representante.
A reunião prosseguiu apenas com os eurodeputados que estavam na Casa após a discussão.
- Debate sobre imigração: O líder da Comissão Europeia havia sido convidado pelo Parlamento para debater soluções sobre o agravamento da crise migratória na Itália. Apesar do número de deslocados que chegam à Europa ter diminuído consideravelmente na rota marítima até a Grécia, os portos italianos continuam recebendo milhares de imigrantes diariamente.
Por conta disso, o governo de Roma chegou a ameaçar fechar os portos para controlar o fluxo se a União Europeia não fizesse nada para ajudar. Ainda hoje, o colégio dos comissários apresentará um novo plano de gestão, que promete auxiliar os italianos no momento.
De acordo com uma entrevista do comissário para a Imigração, Dimitris Avramopoulos, ao jornal "Le Figaro", o novo plano terá como base quatro pontos principais: preparar um código de conduta para as ONGs que atuam no salvamento e resgate de deslocados no Mediterrâneo; reforçar a capacidade da Líbia, de onde partem os barcos que seguem para a Itália, para controlar as fronteiras marítimas e terrestres; tornar mais eficaz a política de retorno dos imigrantes irregulares; e acelerar a aplicação das realocações em outros países da União Europeia.
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