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Caso de menino dos EUA 'escravizado' no México causa comoção

06/07/2017 10h07

CIDADE DO MÉXICO, 5 JUL (ANSA) - O mistério sobre a história do menino Anthony, de 5 anos, encontrado em condições de escravidão em um bairro popular do México há cerca de uma semana tem comovido os mexicanos.   

O caso do "Pequeno Anthony", como foi batizado pela mídia local, chocou pela brutalidade e pelos detalhes de tortura.   

Quando as autoridades chegaram na casa onde ele morava com os tios Olivia Castro, 32 anos, e Juan Carlos Loeza, 33, se depararam com uma cena horrível. Anthony estava seminu, desnutrido, algemado a uma cadeira, com uma fita adesiva na boca e com visíveis sinais de espancamento - além de marcas de queimadura por cigarros por todo o corpo.   

No início, nem os vizinhos nem as autoridades conseguiram identificar quem eram os pais da criança. Mas, com o passar dos dias, os detalhes da história foram aparecendo.   

Anthony é natural de San Diego, na Califórnia, filho de um mexicano, identificado como Pascual Castro, e de uma norte-americana, chamada de Dawn Sanders. Ele foi enviado para o México pelo pai, para ser cuidado pela irmã, quando Castro e Sanders se divorciaram.   

Desde então, eles tinham pouco contato com o menino. Apesar de não terem informado quando isso aconteceu, as autoridades descobriram que ele foi matriculado em uma creche em Gustavo A.   

Madero em novembro do ano passado, mas que há dois meses não comparecia às aulas.   

Na semana passada, uma vizinha entregou uma carta ao prefeito local, Victor Hugo Lobo, em que denunciava ouvir gritos e agressões constantes a uma criança, que há semanas não via fora de casa. Lobo então alertou as autoridades, que foram à residência no dia 27 de junho.   

Ao confirmarem os fatos, o prefeito pediu que os "tios" sejam "castigados por todo o peso da lei" por esse ato "cruel, lamentável e vergonhoso". De acordo com a mídia mexicana, os dois podem pegar até 60 anos de prisão pelo crime.   

Ao serem informados pela mídia, os pais da criança se manifestaram. "Eu sei que não foi uma esposa muito boa, mas nunca, nunca fui uma mãe ruim. Eu sinto por não ter sido uma boa esposa, mas meus filhos não devem pagar por isso", disse Sanders à emissora "Univisión".   

Já Pascual informou que em até duas semanas a criança será enviada de volta a San Diego. "Me disseram que sim, Deus queira, que em duas semanas estará comigo", disse o pai que negou conhecer as agressões que seu filho sofreu nas mãos de sua irmã e de seu cunhado.   

Atualmente, o "pequeno Anthony" está sob custódia das autoridades mexicanas em um hospital pediátrico. De acordo com os profissionais que o acompanham, ele já está se recuperando bem das agressões e até voltou a sorrir. Ele pede ainda algumas guloseimas e faz perguntas sobre onde estão seus tios. (ANSA)
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