Sem citar rohingyas, Papa pede união de religiões em Myanmar
YANGON, 28 NOV (ANSA) - No primeiro dia de atividades de sua visita a Myanmar, o papa Francisco se reuniu nesta terça-feira (28) com 17 expoentes religiosos de várias crenças no país, incluindo cristãos, budistas, hindus, islâmicos e judeus, em Nay Pyi Taw.
Após agradecer a disponibilidade de todos para a reunião, o Pontífice defendeu as diferenças como ponto fundamental para a união, em uma menção indireta à crise entre budistas e muçulmanos rohingyas.
"Ao ver vocês, me vem em mente uma oração, dos Salmos, onde diz que somos irmãos e que a unidade não é uniformidade. Todo mundo tem seu valor, as suas riquezas e também as suas fraquezas. E cada confissão tem suas riquezas, suas tradições para nos dar. E isso só é possível se nós vivermos em paz. E a paz se constrói no corpo das diferenças porque a unidade sempre implicará na diversidade", afirmou aos presentes.
Seguindo com sua fala, Jorge Mario Bergoglio destacou que a humanidade "tende à uniformidade".
"E isso é marcar a humanidade, isso é uma colonização cultural.
Nós devemos estender a riqueza das nossas diferenças étnicas, religiosas, populares e, dessa diferença, deve surgir o diálogo.
Um aprende muito com o outro se o ver como um irmão que ajudará a construir esse país, que geograficamente tem muitas riquezas.
Nós somos irmãos e devemos conversar como irmãos", disse ainda.
Antes de sua viagem a Myanmar, o papa Francisco foi "orientado" pelos líderes locais a não usar o termo "rohingya" em seus discursos. Isso porque o governo está sendo muito criticado por conta da perseguição em massa dessa minoria religiosa, que já causou a fuga de mais de 600 mil pessoas para Bangladesh.
Toda a cúpula de lideranças, incluindo os militares, foram acusados pelas Nações Unidas, e até pelos Estados Unidos, de estarem "fazendo uma tradicional limpeza étnica". Após meses de perseguições contra os rohingyas, o governo de Myanmar e de Bangladesh informaram que fecharam um acordo para a volta dos cidadãos do país para "seu" estado, em Rakhine.
A pequena nação na Ásia tem maioria budista e os rohingyas sempre foram considerados "cidadãos de segunda classe", não tendo os mesmos direitos básicos do que os outros cidadãos. Por exemplo, para alguém dessa minoria ter acesso à saúde e à educação, precisa de uma autorização especial do governo.
- Encontro com autoridades: Após a reunião inter-religiosa, o Papa terá uma série de encontro com líderes políticos, incluindo o presidente do país, Htin Kyaw, e com a conselheira de Estado e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi - que foi duramente criticada por não agir na questão dos rohingyas.
Ainda hoje, ele deixa Nay Pyi Taw e volta para a cidade de Yangon, onde passará a noite no arcebispado. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Após agradecer a disponibilidade de todos para a reunião, o Pontífice defendeu as diferenças como ponto fundamental para a união, em uma menção indireta à crise entre budistas e muçulmanos rohingyas.
"Ao ver vocês, me vem em mente uma oração, dos Salmos, onde diz que somos irmãos e que a unidade não é uniformidade. Todo mundo tem seu valor, as suas riquezas e também as suas fraquezas. E cada confissão tem suas riquezas, suas tradições para nos dar. E isso só é possível se nós vivermos em paz. E a paz se constrói no corpo das diferenças porque a unidade sempre implicará na diversidade", afirmou aos presentes.
Seguindo com sua fala, Jorge Mario Bergoglio destacou que a humanidade "tende à uniformidade".
"E isso é marcar a humanidade, isso é uma colonização cultural.
Nós devemos estender a riqueza das nossas diferenças étnicas, religiosas, populares e, dessa diferença, deve surgir o diálogo.
Um aprende muito com o outro se o ver como um irmão que ajudará a construir esse país, que geograficamente tem muitas riquezas.
Nós somos irmãos e devemos conversar como irmãos", disse ainda.
Antes de sua viagem a Myanmar, o papa Francisco foi "orientado" pelos líderes locais a não usar o termo "rohingya" em seus discursos. Isso porque o governo está sendo muito criticado por conta da perseguição em massa dessa minoria religiosa, que já causou a fuga de mais de 600 mil pessoas para Bangladesh.
Toda a cúpula de lideranças, incluindo os militares, foram acusados pelas Nações Unidas, e até pelos Estados Unidos, de estarem "fazendo uma tradicional limpeza étnica". Após meses de perseguições contra os rohingyas, o governo de Myanmar e de Bangladesh informaram que fecharam um acordo para a volta dos cidadãos do país para "seu" estado, em Rakhine.
A pequena nação na Ásia tem maioria budista e os rohingyas sempre foram considerados "cidadãos de segunda classe", não tendo os mesmos direitos básicos do que os outros cidadãos. Por exemplo, para alguém dessa minoria ter acesso à saúde e à educação, precisa de uma autorização especial do governo.
- Encontro com autoridades: Após a reunião inter-religiosa, o Papa terá uma série de encontro com líderes políticos, incluindo o presidente do país, Htin Kyaw, e com a conselheira de Estado e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi - que foi duramente criticada por não agir na questão dos rohingyas.
Ainda hoje, ele deixa Nay Pyi Taw e volta para a cidade de Yangon, onde passará a noite no arcebispado. (ANSA)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.