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Itália fará DNA para identificar vítimas do Mar Mediterrâneo

27/01/2018 13h32

TURIM, 27 JAN (ANSA) - A Itália vai adotar um ação pioneira para dar nomes para as milhares de vítimas dos naufrágios do Mar Mediterrâneo e ao longo da rota das migrações da África e do Oriente Médio nos últimos anos.   

O projeto contará com a ajuda Comissão Internacional para as Pessoas Desaparecidas (ICMP), o programa que há mais de 20 anos trabalha com a identificação de desaparecidos durante guerras e desastres naturais em todo o mundo, que fornecerá os seus laboratórios para fazer as análises de DNA recolhidas por equipes de resgate.   

O programa, que pode ser lançado graças a uma doação de 340 mil euros do governo da Suíça, contará ainda com o envolvimento do governo da Grécia, do Chipre e de Malta, que iniciarão uma colaboração para identificar os milhares de mortos que tentaram chegar à Europa.   

Os quatro países foram os mais afetados pelo aumento da chegada de estrangeiros pelo mar, em duas rotas distintas: uma que levava as pessoas que fugiam do Oriente Médio para a Grécia e outra que é usada por imigrantes do norte da África para a Itália.   

Todas as nações envolvidas no projeto farão uma reunião no dia 12 de junho, em Roma, para criar um mecanismo de informações úteis para o reconhecimento dos desaparecidos e para a localização de suas famílias.   

"É um evento histórico. Por muito tempo nós buscamos fundos para enfrentar essa emergência, que se tornou mais pesada nos últimos quatro ou cinco anos, depois da crise da imigração, que fez com que milhares morressem afogados no Mediterrâneo. E, segundo a Europol, esse número já ultrapassa os 10 mil", disse Kathrine Bomberger, diretora-geral do ICMP.   

Segundo a especialista, para identificar as vítimas, serão usados traços de DNA e estes serão confrontados com os perfis genéticos dos familiares, seja no país de origem ou de destino.   

"A ICMP está implementando um programa financiado pela União Europeia para recolher dados dos desaparecidos na Síria e dos refugiados no Líbano, Jordânia, Turquia e Iraque. Os resultados serão usados nas investigações no território europeu, conectando essas informações a uma vasta comunidade de parentes", explicou Bomberger. (ANSA)
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