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Foto que mudou opinião sobre Guerra do Vietnã faz 50 anos

30/01/2018 12h37

SÃO PAULO, 30 JAN (ANSA) - A foto conhecida como "Execução em Saigon", tirada pelo fotojornalista Eddie Adams durante a Guerra do Vietnã, completará 50 anos na próxima quinta-feira (1). A imagem foi registrada durante a "Ofensiva do Tet" - desdobramento da Guerra do Vietnã em que vietcongues (membros da Frente Nacional para a Libertação do Vietnã), numa tentativa de unificar o país, estavam em confronto com vietnamitas do sul e com as forças norte-americanas.   

O fotojornalista da Associated Press Eddie Adams cobria o conflito, quando encontrou o general Nguyen Ngoc Loan, chefe da polícia nacional vietnamita, considerado um "herói" em Saigon.   

Ele algemava um homem, Nguyen Van Lém, líder da Frente Nacional para a Libertação do Vietnã - possível associação responsável pelos assassinatos de diversas pessoas. O fotógrafo conta que, enquanto focava a câmera na cena, o policial se aproximou do civil apontando uma arma. Adams conseguiu registrar o momento do disparo.   

Posteriormente, ele afirmou que acreditava se tratar apenas de uma ameaça e não previa que o general fosse executar Lém em sua frente. Quando a fotografia chegou ao escritório da Associated Press, em Nova York, houve uma reunião para decidir se a imagem seria publicada ou não, lembra o Diretor de Fotografia da AP na época, Hal Buell. No fim, "A Execução de Saigon" repercutiu e levou Adams a ganhar o Prêmio Pulitzer. A imagem, entretanto, causou controvérsias. Em 1975, a Guerra do Vietnã teve fim. O general responsável pela execução do civil desembarcou nos Estados Unidos naquele ano, e o fotojornalista foi requisitado a testemunhar contra ele. Em uma reportagem para o veículo "Times", Adams disse: "Eu ganhei o Prêmio Pulitzer em 1969 por uma fotografia de um homem atirando no outro. Duas pessoas morreram naquela imagem: quem recebeu a bala e o General Nguyen Van Lém." "O general matou o vietcongue; e eu matei o general com a minha câmera. As fotografias são as armas mais poderosas do mundo. As pessoas acreditam nelas, mas as fotografias mentem, mesmo sem manipulação. Só existem meias-verdades.", completou. (ANSA)
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