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Papa ordena nova missão contra pedofilia no Chile

Getty Images
Imagem: Getty Images

30/05/2018 13h57

O papa Francisco mandará outro enviado especial ao Chile, Jordi  Bertomeu, oficial da Congregação para a Doutrina da Fé, por conta dos escândalos de pedofilia que abalaram a imagem da Igreja Católica no país e provocaram a renúncia coletiva de todo o episcopado chileno.   

Bertomeu já havia acompanhado a missão do arcebispo de Malta, Charles Scicluna, em fevereiro, que culminou em um relatório de 2,3 mil páginas sobre a extensão dos casos de abuso contra menores no Chile.   

A viagem de Bertomeu, ainda sem data definida, foi divulgada pelo blog de informações sobre o Vaticano "Il Sismografo", que diz que esse pode ser o início das decisões prometidas pelo Papa contra sacerdotes envolvidos em casos de pedofilia.   

Recentemente, Francisco recebeu três vítimas chilenas de abuso e a conferência episcopal do país, que apresentou uma renúncia coletiva para deixar o papa "livre" para agir da maneira que achar melhor.   

O escândalo no Chile gira em torno do padre Fernando Karadima, 87 anos, condenado pelo próprio Vaticano por violência sexual contra menores. No entanto, suas vítimas também acusam o bispo de Osorno, Juan Barros, e o arcebispo emérito de Santiago, Francisco Javier Errázuriz, de terem acobertado as denúncias.   

Esse não é, contudo, o único episódio de abusos no Chile. A Igreja investiga supostas violências sexuais contra uma ex-freira durante sua estadia na Congregação das Irmãs do Bom Samaritano. Consuelo Gómez havia entrado no convento com 18 anos - hoje ela tem 37 - e diz ter sido abusada por uma superiora.   

Além disso, denuncia trabalhos forçados, falta de tratamentos médicos e isolamentos, condições que a jogaram na depressão.   

"Todos sabiam, me faziam sentir culpada de tudo", disse Gómez.