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Itália e Alemanha tentam fechar posição comum sobre migração

11/07/2018 17h27

INNSBRUCK, 11 JUL (ANSA) - Os ministros de Interior de Alemanha e Itália se reuniram nesta quarta-feira (11), em Innsbruck, para tentar criar uma agenda comum para a cúpula da União Europeia na cidade austríaca, marcada para esta quinta (12).   

O encontro reunirá os ministros do Interior de toda a UE e discutirá, mais uma vez, a crise migratória no Mediterrâneo e os "movimentos secundários" de solicitantes de refúgio dentro do bloco.   

"Em Innsbruck, tentaremos colocar os pingos nos 'is', não haverá nenhum veto, contamos com nossa capacidade de convencimento", declarou Salvini, ainda em Roma, após ver o premier Giuseppe Conte.   

Na Áustria, ele teve um encontro bilateral com o ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, que quase derrubou a chanceler Angela Merkel por exigir o fechamento das fronteiras para solicitantes de refúgio já registrados em outros países da UE.   

"Foi um encontro muito positivo, temos objetivos comuns: menos desembarques, menos mortes, menos imigrantes", declarou Salvini, que diz ter recebido o apoio de Seehofer para pleitear em Bruxelas a proteção das fronteiras externas do bloco.   

O ministro italiano tem se recusado a assinar qualquer acordo sobre movimentos secundários enquanto a União Europeia não agir para conter os fluxos no Mediterrâneo, que vêm caindo 80% em 2018. "Uma vez obtido o controle das fronteiras externas, estaremos dispostos a conversar sobre movimentos secundários", disse.   

Em resumo, Salvini quer que navios que resgatam pessoas no Mediterrâneo sejam direcionados para outros, países, inclusive a Líbia, onde há graves denúncias de violação dos direitos humanos, e que mais Estados-membros da UE abram centros de acolhimento para solicitantes de refúgio.   

"Estou de acordo com a proposta da Áustria de construir centros também fora da Europa", reforçou Salvini. No fim de junho, os líderes dos países da UE assinaram uma declaração conjunta com medidas para combater a crise migratória, mas as ações são todas "voluntárias" e, na prática, não houve mudanças.   

Números - Atualmente, o Estado-membro que mais acolhe refugiados e solicitantes de refúgio em relação a sua população é a Suécia, com 292.608 (2,92% de seu total de habitantes). Em seguida aparecem Malta, com 9.378 (2,03%); Áustria, com 171.567 (1,95%); Chipre, com 15.063 (1,69%); e Alemanha, com 1.399.669 (1,69%).   

A Itália é o 11º, com 353.983 (0,58%), atrás de Grécia, com 83.220 (0,77%); Dinamarca, com 39.937 (0,69%); Holanda, com 109.678 (0,64%), Luxemburgo, com 3.541 (0,59%); e França, com 400.304 (0,59%).   

Já os que menos acolhem são Portugal, com 1.668 (0,01%); Eslováquia, com 949 (0,01%); Croácia, com 919 (0,02%); Romênia, com 5.464 (0,02%); e Estônia, com 455 (0,03%). Os dados são do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e do Banco Mundial. (ANSA)
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