M5S votará para abrir processo contra Salvini
ROMA, 28 JAN (ANSA) - O antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), maior partido do Parlamento da Itália, anunciou que votará a favor da abertura de um processo contra o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, da ultranacionalista Liga, que é acusado de sequestro, abuso de poder e prisão ilegal.
O inquérito corre no Tribunal dos Ministros de Catânia e diz respeito ao caso do navio Diciotti, que passou cinco dias bloqueado na Sicília com mais de 150 migrantes a bordo, em agosto passado. Para prosseguir, no entanto, a investigação precisa ser autorizada pelo Senado, já que Salvini também é senador e tem foro privilegiado.
"O governo italiano se opôs ao desembarque do Diciotti até que a Europa tivesse dito para onde levar as pessoas a bordo. Foi uma decisão de todo o governo. Salvini disse 'Eu quero ser processado', então o M5S não fará um despeito e votará 'sim' ao pedido de autorização", declarou o ministro do Trabalho e também vice-premier Luigi Di Maio, líder do movimento.
Por outro lado, ele garantiu que defenderá Salvini e dirá ao tribunal que a decisão sobre o Diciotti foi tomada por todo o governo. "Estão tentando separar o M5S da Liga para derrubar o governo", acusou. Já Salvini disse que não precisa de "ajudinhas escondidas".
"Como votarão M5S, PD ou Força Itália [os dois últimos são de oposição], eles que decidam. Mas é normal que um ministro do Interior, com o apoio de todo o governo, seja processado por ter feito o que havia prometido na campanha eleitoral?", questionou, em entrevista à rádio RTL.
Entenda - O episódio ocorreu em agosto passado, quando a embarcação Diciotti, pertencente à própria Guarda Costeira italiana, resgatou 177 migrantes - a maioria da Eritreia - no Mediterrâneo Central.
Ao chegar no Porto de Catânia, o navio foi bloqueado por ordem de Salvini, que queria forçar outros países da União Europeia a acolherem os deslocados internacionais.
27 menores de idade puderam descer, mas 150 migrantes forçados ficaram presos no navio por cinco dias, até a Igreja Católica aceitar ficar responsável pelo acolhimento de 100 pessoas.
Irlanda e Albânia também se comprometeram a abrigar 20 cada uma.
Inicialmente, os ministérios públicos de Catânia e Palermo, que abriram o inquérito, pediram seu arquivamento, mas o caso foi transferido ao Tribunal de Ministros, já que Salvini tem foro privilegiado.
A investigação acontece no momento em que outro navio, este da ONG Sea Watch, está há três dias bloqueado a uma milha de Siracusa, em águas territoriais italianas, sem poder desembarcar os 47 migrantes a bordo. Por ordem do ministro do Interior, a Itália não recebe mais embarcações de entidades humanitárias, acusadas por Salvini de agir em conluio com traficantes de seres humanos. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O inquérito corre no Tribunal dos Ministros de Catânia e diz respeito ao caso do navio Diciotti, que passou cinco dias bloqueado na Sicília com mais de 150 migrantes a bordo, em agosto passado. Para prosseguir, no entanto, a investigação precisa ser autorizada pelo Senado, já que Salvini também é senador e tem foro privilegiado.
"O governo italiano se opôs ao desembarque do Diciotti até que a Europa tivesse dito para onde levar as pessoas a bordo. Foi uma decisão de todo o governo. Salvini disse 'Eu quero ser processado', então o M5S não fará um despeito e votará 'sim' ao pedido de autorização", declarou o ministro do Trabalho e também vice-premier Luigi Di Maio, líder do movimento.
Por outro lado, ele garantiu que defenderá Salvini e dirá ao tribunal que a decisão sobre o Diciotti foi tomada por todo o governo. "Estão tentando separar o M5S da Liga para derrubar o governo", acusou. Já Salvini disse que não precisa de "ajudinhas escondidas".
"Como votarão M5S, PD ou Força Itália [os dois últimos são de oposição], eles que decidam. Mas é normal que um ministro do Interior, com o apoio de todo o governo, seja processado por ter feito o que havia prometido na campanha eleitoral?", questionou, em entrevista à rádio RTL.
Entenda - O episódio ocorreu em agosto passado, quando a embarcação Diciotti, pertencente à própria Guarda Costeira italiana, resgatou 177 migrantes - a maioria da Eritreia - no Mediterrâneo Central.
Ao chegar no Porto de Catânia, o navio foi bloqueado por ordem de Salvini, que queria forçar outros países da União Europeia a acolherem os deslocados internacionais.
27 menores de idade puderam descer, mas 150 migrantes forçados ficaram presos no navio por cinco dias, até a Igreja Católica aceitar ficar responsável pelo acolhimento de 100 pessoas.
Irlanda e Albânia também se comprometeram a abrigar 20 cada uma.
Inicialmente, os ministérios públicos de Catânia e Palermo, que abriram o inquérito, pediram seu arquivamento, mas o caso foi transferido ao Tribunal de Ministros, já que Salvini tem foro privilegiado.
A investigação acontece no momento em que outro navio, este da ONG Sea Watch, está há três dias bloqueado a uma milha de Siracusa, em águas territoriais italianas, sem poder desembarcar os 47 migrantes a bordo. Por ordem do ministro do Interior, a Itália não recebe mais embarcações de entidades humanitárias, acusadas por Salvini de agir em conluio com traficantes de seres humanos. (ANSA)
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