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Imigrantes da Open Arms tentam chegar nadando à Itália

20/08/2019 08h28

ROMA, 20 AGO (ANSA) - Nove imigrantes a bordo do navio Open Arms se jogaram ao mar nesta terça-feira (20) para tentar alcançar o solo italiano nadando. Os imigrantes, porém, foram interceptados pela Guarda Costeira da Itália e levados para o porto da ilha de Lampedusa, no Mediterrâneo.   

Eles fazem parte de um grupo de 88 imigrantes que está há 19 dias no navio Open Arms, atualmente ancorado a cerca de 800 metros de Lampedusa, aguardando a autorização de desembarque em um país europeu. Os imigrantes - inicialmente por volta de 150 - foram resgatados há mais de duas semanas pela ONG espanhola Proactiva Open Arms, mas até agora não receberam autorização para desembarque. O navio foi rejeitado pela Itália, com base na política restritiva do ministro do Interior, Matteo Salvini, e por Malta.   

Apenas as pessoas com problemas de saúde foram retiradas da embarcação e enviadas para hospitais. "O governo de Madri oferecerá uma solução para a Open Arms nas próximas horas", garantiu a ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, citada pelo jornal "La Vanguardia".   

Salvini, que desde que assumiu o governo em junho de 2018 proíbe que navios de ONGs desembarquem imigrantes na Itália, celebrou a possibilidade da Espanha assumir o caso. "ONG espanhola, navio espanhol, porto espanhol: isso é justo", disse. "Não somos mais o campo de refugiados da Europa", ressaltou o ministro do Interior, do partido nacionalista Liga Norte.   

No último fim de semana, a Espanha chegou a oferecer que o navio desembarcasse em Algeciras ou Maiorca, mas a ONG rejeitou a ideia, alegando que era incapaz de realizar uma nova viagem - que duraria dias - com os imigrantes a bordo. A Open Arms afirma que sofre com uma situação emergencial.   

Por sua vez, a Itália ofereceu apoio para fazer a transferência dos imigrantes até a Espanha. Salvini exige que os outros países da União Europeia assumam a responsabilidade pelos imigrantes e compartilhem o acolhimento. Ele também declarou guerra às ONGs, acusando-as de favorecerem a imigração ilegal e o tráfico de seres humanos. (ANSA)
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