Câmara conclui audiências de impeachment contra Trump
A Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos encerrou nesta quinta-feira (21) a fase de audiências públicas no inquérito de impeachment contra o presidente Donald Trump.
Diplomatas, membros do governo e funcionários da Casa Branca testemunharam em uma investigação que apura se o magnata cometeu abuso de poder ao pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a abrir um inquérito contra Joe Biden, seu possível oponente nas eleições de 2020.
A suspeita é de que Trump tenha condicionado a liberação de uma ajuda de quase US$ 400 milhões a Kiev à investigação contra Biden, cujo filho, Hunter, foi conselheiro de uma empresa ucraniana de energia, a Burisma.
Quando era vice-presidente, em 2016, o pré-candidato democrata pressionou pela demissão de um procurador-geral que investigava a Burisma, mas era considerado corrupto pelos EUA e pela União Europeia. Para Trump, isso foi uma tentativa de interferência nas eleições daquele ano, embora Biden não fosse candidato.
A não ser que surjam novas testemunhas, a Comissão de Inteligência preparará agora um relatório com suas conclusões e o enviará à Comissão de Justiça, a quem cabe formular ou não eventuais acusações para o impeachment.
Ainda não há prazos definidos, mas a votação na Câmara para abertura do processo deve acontecer até o fim do ano. A Casa tem maioria democrata, porém o julgamento final acontece no Senado, dominado pelo Partido Republicano. Para condenar o presidente, são necessários dois terços dos votos.
Em seus depoimentos, diplomatas e ex-funcionários da Casa Branca indicaram que a ajuda militar à Ucrânia estava condicionada à abertura da investigação contra Biden, mas ninguém confirmou ter ouvido isso diretamente do presidente.
Uma das testemunhas mais aguardadas, o embaixador dos EUA na União Europeia, Gordon Sondland, confirmou que houve uma "troca de favores" com a Ucrânia e que ele agia sob ordens expressas de Trump.
Apesar disso, afirmou que o magnata nunca lhe disse diretamente que a ajuda a Kiev estava condicionada ao inquérito contra Biden. "Mas estava claro para todos que havia uma ligação", acrescentou. (ANSA)
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