China desafia EUA a mostrar 'enormes provas' sobre covid-19
A China elevou o tom e desafiou o governo norte-americano, mais especificamente o secretário de Estado, Mike Pompeo, a mostrar as "enormes provas" de que Pequim tem relação direta com o surgimento do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
"Ele falou muito nos últimos dias. Diz ter enormes provas? Que as mostre. Pompeo não pode apresentar evidências porque ele não as têm. A origem da Covid-19 é uma questão para cientistas e para especialistas", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.
No último domingo (03), Pompeo endossou as acusações do presidente Donald Trump e voltou a dizer que os chineses têm responsabilidade na propagação do novo coronavírus. No entanto, diversos estudos e investigações - incluindo uma pesquisa realizada conjuntamente pelas agências de Inteligência dos Estados Unidos - afirmaram que a origem do vírus é animal e não fabricada pelo homem.
Nesta terça-feira (05), Trump voltou a falar do caso e disse que "em breve" os Estados Unidos divulgarão um relatório completo sobre a origem do vírus. O mandatário ainda falou que o presidente chinês, Xi Jinping, deveria tê-lo informado sobre a pandemia logo no início. No entanto, o republicano reconheceu que não entrou em contato com seu homólogo chinês ao saírem as notícias sobre a "doença misteriosa" que atingia o país.
Pouco depois da fala do presidente, o diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, não endossou as acusações contra a China e adotou a linha da maior parte da comunidade científica internacional, dizendo que não acredita que o Sars-CoV-2 tenha sido criado em laboratório.
"Se olharmos a evolução do vírus nos morcegos - e isso está lá fora agora -, as provas científicas vão fortemente na direção de que o vírus não poderia ter sido manipulado artificialmente ou deliberadamente. Olhando a evolução no tempo, tudo indica fortemente que esse vírus evoluiu na natureza e depois mudou de espécie", pontuou Fauci.
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