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Com boicote, comissão aprova nome de Barrett para Supremo

A juíza Amy Coney Barrett discursa na Casa Branca após ser indicada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, à Suprema Corte - Olivier DOULIERY / AFP
A juíza Amy Coney Barrett discursa na Casa Branca após ser indicada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, à Suprema Corte Imagem: Olivier DOULIERY / AFP

22/10/2020 11h22

A Comissão de Justiça do Senado aprovou hoje a nomeação de Amy Coney Barrett para a vaga na Suprema Corte dos Estados Unidos. A votação por 12 a 0, no entanto, foi boicotada pelos democratas, que se abstiveram e colocaram fotos de pessoas beneficiadas pelo chamado "Obamacare" nas cadeiras da sessão.

Agora, o nome de Barrett precisa ser aprovado em sessão do Senado para ser confirmado para a vaga deixada por Ruth Bader Ginsburg, que morreu em setembro deste ano.

A nomeação deve ocorrer na próxima semana e, ao que tudo indica, os republicanos se unirão para a aprovação, que fará com que o Supremo norte-americano tenha um inédito desequilíbrio - com seis juízes conservadores e três liberais. A decisão deve ser tomada uma semana antes da data marcada para as eleições, em 3 de novembro.

"Esse processo foi vergonhoso desde o início. Enquanto ocorre uma pandemia global e um processo eleitoral, os republicanos estão acelerando a confirmação para a Suprema Corte para tirar o plano de saúde de milhões e executar uma agenda extrema e profundamente impopular que eles não tiveram a capacidade de aprovar no Congresso", publicaram em nota os senadores democratas.

Para eles, a indicação de Barrett para a vaga no Supremo quer ainda ajudar Trump a ganhar as eleições, já que as pesquisas indicam a derrota do republicano. Além disso, acusam os republicanos de não cumprirem um acordo "de cavalheiros" bipartidário que, por exemplo, em 2016, impediu que o então presidente Barack Obama indicasse um juiz para o Supremo.

Por sua vez, a líder dos republicanos na Comissão, Lindsey Graham, afirmou que Barrett "é uma das pessoas mais qualificadas a ser nomeada na histórica" e que ela "aplicará plenamente a lei".

Barrett é uma católica fervorosa e foi indicada por Trump logo após a morte de Ginsburg, uma juíza conhecida por sua luta de décadas, especialmente, pelos direitos das mulheres.