Dinamarca diz que mutação do coronavírus em visons foi 'provavelmente extinta'
COPENHAGEN, 19 NOV (ANSA) - A mutação do coronavírus Sars-CoV-2 detectada em visons na Dinamarca foi "provavelmente extinta", informou o Ministério da Saúde hoje.
"Não há novos casos da versão da mutação Cluster 5 desde o dia 15 de setembro, o que induz as autoridades sanitárias dinamarquesas a concluir que essa versão foi, com toda a probabilidade, extinta", informa a nota oficial.
A detecção da mutação fez com que o governo dinamarquês determinasse o sacrifício de 15 milhões de visons, o que representa toda a população que é criada em fazendas no país para a produção de casacos de pele e demais itens de vestuário.
Segundo um relatório de Copenhagen, cerca de 10,2 milhões já foram mortos e os demais serão sacrificados nos próximos dias.
Nesta semana, deve ser aprovada uma lei em que será proibido importar e criar os animais até 31 de dezembro do ano que vem e que estabelecerá que o governo pague 30 coroas dinamarquesas (R$ 25,50) por cada animal sacrificado para os fazendeiros.
Os primeiros casos identificados com cepas do coronavírus vindos dos visons foram identificados em junho deste ano, e as autoridades, à época, determinaram o sacrifício dos animais e o isolamento dos criadores e funcionários.
No entanto, conforme a mídia local, a determinação não foi seguida e os casos se espalharam, fazendo com que a determinação só fosse cumprida, de fato, a partir de 4 de novembro.
Cerca de 200 pessoas foram infectadas com a mutação vinda dos visons e 12 delas com a Cluster 5, que os pesquisadores identificaram como tendo a capacidade enfraquecer a capacidade do organismo de criar anticorpos —o que afetaria a eficácia de uma possível vacina, por exemplo.
Ministro renuncia
Na noite de ontem, o ministro da Agricultura e Alimentação, Mogens Jensen, que ordenou o sacrifício dos 15 milhões de visons, renunciou ao cargo. Isso porque a mídia local descobriu que não havia base legal para Jensen fazer a determinação.
Segundo a legislação, o ministro poderia ter determinado a morte dos animais apenas de áreas afetadas e não nacionalmente —porque isso precisaria de apoio dos parlamentares. Assim, a determinação "legal" ocorreu apenas alguns dias depois.
Após a revelação, Jensen perdeu o apoio dos partidos governistas e disse, em entrevista à emissora "DR", que "é absolutamente necessário para mim ter a confiança dos partidos do Parlamento para exercer o meu cargo, e acredito que não tenho mais o apoio requerido". "Por isso, sinto que devo apresentar a minha renúncia", afirmou ainda.
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