Primeiro-ministro não planejou morte de presidente do Haiti, diz polícia
O primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, não está sendo investigado como um dos possíveis mandantes do assassinato do presidente Jovenel Moise, informou a polícia do país em nota divulgada nesta quinta-feira (15).
Segundo as autoridades, "não existe nenhuma informação que coloque o primeiro-ministro Joseph na trama que levou à morte de Moise" em 7 de julho em Porto Príncipe.
A nota oficial foi divulgada após duas amplas matérias da emissora colombiana "El Caracol" e do jornal "El Comercio". Foi da Colômbia de onde partiu a maior parte dos homens que participaram do ataque ao mandatário.
Segundo as matérias, Joseph estaria ao lado dos outros dois suspeitos - o médico Christian Sanon e o ex-senador John Joel Joseph - na elaboração do plano, que teria sido criado durante uma reunião na sede da empresa CTU Security. A empresa foi usada por Sanon para contratar 26 colombianos para cometer o crime. A princípio, a ideia era sequestrar Moise, mas o plano "mudou".
As duas publicações destacam que a mudança do sequestro para assassinato pode ter ocorrido dois dias antes da "missão", já que Moise havia substituído Joseph de seu cargo. Ariel Henry deveria assumir a função no dia 9 de julho. Com a morte do presidente, a mudança não foi realizada e Joseph permaneceu no poder.
Seguranças não comparecem a interrogatório - Os três principais responsáveis pela segurança presidencial não se apresentaram à Justiça do Haiti para prestar esclarecimentos, informa o jornal "Haiti Libre". Eles tinham 48 horas para comparecer perante a um juiz, mas o paradeiro de todos é desconhecido.
Deveriam dar explicações o coordenador da segurança presidencial, Jean Laguel Civil, o responsável pelo grupo especial "Cat Team", Me Bed-Ford Claude, e o inspetor policial Paul Eddy Amazan. Outro que não compareceu para depor, mas justificou a ausência para a Justiça foi o chefe da Unidade de Segurança Geral do Palácio Presidencial, Dimitri Hérard.
O maior dos questionamentos da Procuradoria-Geral é interrogar os quatros para saber qual o motivo da não ativação do mecanismo protocolar de proteção ao chefe de Estado, que consiste em três barreiras físicas antes da residência, na noite da ação criminosa.
Moise foi morto durante a madrugada do dia 7 de julho enquanto estava em sua casa por um grupo de mercenários que invadiu, sem dificuldades, a residência. A maior parte dos assassinos foi presa na Embaixada de Taiwan em Porto Príncipe, local que entraram para tentar ter uma proteção internacional. A ação na sede consular foi autorizada pelo governo. (ANSA).
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