'Alguns me querem morto', diz papa Francisco
O papa Francisco disse em um encontro com jesuítas durante sua recente viagem à Eslováquia que "algumas" pessoas gostariam de vê-lo morto.
Os detalhes da conversa de Jorge Bergoglio com integrantes da Companhia de Jesus, ordem à qual ele mesmo pertence, foram divulgados pela revista jesuíta italiana La Civiltà Cattolica nesta terça-feira (21), cerca de uma semana após o retorno do pontífice.
"Ainda estou vivo, embora alguns me quisessem morto. Sei que houve até encontros entre prelados, os quais pensavam que o Papa estava em estado mais grave do que divulgavam. Preparavam o conclave. Paciência. Graças a Deus, estou bem", disse Francisco durante uma visita surpresa a jesuítas da cidade eslovaca de Presov, em 14 de setembro.
Naquela ocasião, o Vaticano não divulgou detalhes sobre o compromisso, que não estava na agenda. Durante a conversa, Bergoglio, primeiro papa jesuíta na história, também reconheceu que, "às vezes", perde a paciência com as críticas contra ele dentro da Igreja Católica.
"Eu, pessoalmente, posso merecer ataques e injúrias porque sou um pecador, mas a Igreja não merece isso. Isso é obra do diabo.
Tem até alguns clérigos que fazem comentários maldosos sobre mim. Às vezes, eu perco a paciência, especialmente quando emitem juízos sem entrar em um verdadeiro diálogo", declarou.
Francisco é alvo de forte oposição em alas ultraconservadoras do clero, que criticam suas aberturas a homossexuais e divorciados e até mesmo sua preocupação com a crise climática no planeta. Um dos principais expoentes desse grupo, o cardeal americano Raymond Burke, já chegou até a insinuar que o Papa é "herege".
Há pouco mais de dois meses, o pontífice passou por uma cirurgia para remoção de divertículos no cólon e ficou 10 dias internado em um hospital de Roma, mas já retomou suas atividades normalmente.
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