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Juiz suspende lei do aborto do Texas; estado vai recorrer

Mulheres protestam em Austin (Texas) contra lei que proíbe aborto após seis semanas de gestação - Sergio Flores/AFP
Mulheres protestam em Austin (Texas) contra lei que proíbe aborto após seis semanas de gestação Imagem: Sergio Flores/AFP

07/10/2021 11h09

NOVA YORK, 7 OUT (ANSA) - O juiz federal Robert Pitman ordenou nesta quarta-feira (6) a suspensão da polêmica lei do aborto do estado do Texas, que entrou em vigor no início de setembro deste ano. A medida impede a prática depois das seis semanas de gravidez, inclusive, em casos de estupro ou incesto.

Além disso, a legislação oferecia uma pagamento de até US$ 10 mil para qualquer pessoa que denunciasse alguém que tivesse participado do aborto - desde o motorista de aplicativo ou taxista que levasse a mulher para uma clínica até o médico.

A legislação foi questionada legalmente por diversas organizações de defesa dos direitos humanos e também pelo governo de Joe Biden, que usa como base do recurso uma decisão da Suprema Corte de 1973, no caso Roe x Wade, que autorizava o aborto em todo o país até o período de 22 a 24 semanas da gestação.

O estado do Texas anunciou que vai recorrer da decisão.

Nos últimos anos, foram diversos os governos estaduais - sejam de republicanos ou democratas - que tentam driblar a legislação federal sob as mais diversas justificativas. A lei texana, porém, é a mais restritiva de todas.

No entanto, a legislação entrou em vigor no Texas após cinco dos nove juízes da Suprema Corte darem autorização à medida, ignorando o entendimento da década de 1970. Atualmente, o órgão máximo de Justiça dos EUA é composto por uma maioria de conservadores.

Os juízes do Supremo não se manifestaram sobre a constitucionalidade da lei, mas apontaram "questões de procedimento complexas e novas". No mesmo dia, o presidente do tribunal, John Robert, um conservador moderado, afirmou que a lei deveria ser "bloqueada" mesmo que temporariamente para que houvesse discussão de constitucionalidade - no entanto, a maioria ignorou a questão. (ANSA).

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