Itália deve reavaliar uso de passe sanitário no próximo ano
ROMA, 11 OUT (ANSA) - O governo da Itália deve reavaliar o uso do polêmico certificado sanitário de Covid-19 no início de 2022, após o fim do estado de emergência, se os dados epidemiológicos continuarem a evidenciar uma melhora da pandemia em todo o país.
A informações foi divulgada nesta segunda-feira (11) pelo subsecretário do Ministério da Saúde da Itália, Andrea Costa, à ANSA, um dia após uma multidão tomar às ruas de Roma para protestar contra a obrigatoriedade do "green pass", concedido a pessoas vacinadas, curadas da doença ou com testes negativos.
"Será possível rever e possivelmente reduzir a atual aplicação do passe verde com o início do novo ano, se os dados da pandemia de Covid-19 continuarem a apresentar tendência de melhoria", disse Costa.
Segundo o subsecretário italiano, "uma avaliação mais precisa será feita em dezembro para coincidir com o término do estado de emergência", o qual o governo espera que seja encerrado.
"Uma revisão do uso do passe verde poderia significar manter o cartão verde atual para algumas circunstâncias e não para outras. Embora agora estejamos diante de uma aplicação total do certificado, poderíamos passar para uma aplicação parcial", explicou à ANSA.
Costa ressaltou que os próximos dois meses serão decisivos, mas pode ser possível que o passaporte deixe de ser obrigatório para todos os locais de trabalho, como será a partir do próximo dia 15 de outubro, "se os dados forem bons".
Ele esclareceu ainda que o certificado "obviamente permanece válido por 12 meses, a partir da data da administração da terceira dose para quem tomar ou da segunda dose para quem não se enquadra nas categorias indicadas para o reforço".
"Em comparação com o vencimento do passe verde para a maioria da população, ainda temos um tempo razoável para avaliar como será o quadro, esperando que em alguns meses o certificado sanitário não seja mais necessário porque sairemos da pandemia", garantiu.
Falando sobre a terceira dose de vacina anti-Covid, Costa afirmou que, no momento, não está sendo debatida "a hipótese de obrigatoriedade". "Em geral, não existe tabu quanto à obrigatoriedade de vacinar e o governo já previu para algumas categorias", explicou ele, lembrando que as autoridades sanitárias iniciaram "um processo de confiança em relação aos cidadãos, que mostraram grande vontade de se vacinar".
O esclarecimento sobre o uso do certificado sanitário é feito após a capital italiana ser palco de protestos violentos contra a medida, que é uma forma de o governo estimular a vacinação contra a Covid-19 sem arcar com o ônus político de torna-la obrigatória - parte da coalizão do premiê Mario Draghi é contra a obrigatoriedade - , tendo em vista que o documento é necessário para acessar lugares como academias, piscinas, bares e restaurantes, além de locais de trabalho públicos ou privados.
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