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Sem se vacinar, cinco pessoas da mesma família morrem de covid na Itália

O prefeito de Pietraperzia, Salvuccio Messina, classificou a morte como uma "tragédia que atingiu toda a comunidade pietrina" - Getty Images/BBC News
O prefeito de Pietraperzia, Salvuccio Messina, classificou a morte como uma "tragédia que atingiu toda a comunidade pietrina" Imagem: Getty Images/BBC News

04/02/2022 13h57

Uma família que decidiu não se vacinar contra a covid-19 na pequena cidade de Pietraperzia, na região da Sicília, na Itália, morreu por complicações da doença em cerca de um mês, informam as autoridades de saúde local.

Os familiares começaram a manifestar os primeiros sintomas pouco antes do Natal e o primeiro a falecer foi o pai, de 81 anos, que morreu ainda em casa após a chegada dos médicos dos serviços de emergência no fim de dezembro.

No mesmo dia, foram levados para o hospital Umberto I, que fica na capital da província homônima, Enna, a esposa do idoso, uma mulher de 78 anos, e três filhos do casal - duas mulheres de 52 e 55 anos e um homem de 50.

Segundo as informações locais, a primeira a morrer no hospital foi a mulher de 55 anos, depois o homem de 50 e, nesta quinta-feira (3), morreram a mãe e, horas depois, a filha de 52 anos.

"Estamos devastados, perdemos tudo", disse a neta do casal, Noemi, de 25 anos, filha de uma das vítimas. "Eles não quiseram se vacinar porque tinham medo e disseram que conheciam gente que teve graves consequências da vacina, por isso, não quiseram tomar", informou ainda a jovem.

O prefeito de Pietraperzia, Salvuccio Messina, classificou a morte como uma "tragédia que atingiu toda a comunidade pietrina".

"Uma família inteira exterminada por esse maldito vírus, que infelizmente é raivoso. O prefeito e a administração municipal se unem à intensa dor que atingiu os parentes pela perda de seus amados familiares", disse ainda Messina.

O diretor do hospital Umberto I, Emanuele Cassarà, lembrou da importância da vacinação após a "tragédia familiar". "Isso mostra que a única arma para evitar consequências tão nefastas é a vacina", acrescentou.

Desde 1º de fevereiro, o governo italiano obriga a todas as pessoas com mais de 50 anos de se vacinar contra a covid-19, já que essa é a faixa etária que mais precisa de atendimento médico hospitalar por desenvolver complicações mais graves da doença.

Apesar da obrigatoriedade e de multas que podem chegar a 1,5 mil euros para quem não se vacinar, há ainda 1.516.796 pessoas com mais de 50 anos que não iniciaram o ciclo de imunização na Itália.

Conforme a última atualização do Ministério da Saúde, a Itália tem quase 91% das pessoas com mais de 12 anos que tomaram ao menos uma dose, 87,9% que tomaram as duas doses e 80,9% que receberam a dose de reforço.