Após incêndios, Rússia desliga usina nuclear de Zaporizhzhia de rede nacional, diz Kiev
A Rússia teria desligado a central nuclear de Zaporizhzhia da rede nacional de energia da Ucrânia, denuncia a estatal que opera o sistema, Energoatom, nesta quinta-feira (25), ao portal Unian.
"Devido a incêndios nos depósitos de cinzas da central nuclear de Zaporizhzhia, a última linha (quarta) de comunicação com o sistema de energia da Ucrânia foi desconectada duas vezes. Três outras linhas de comunicação foram danificadas anteriormente durante bombardeios russos. Assim, as ações dos invasores levaram à desconexão completa da central nuclear de Zaporizhzhia da rede elétrica - a primeira na história da nação", diz o comunicado enviado ao site.
A Energoatom informou ainda que precisou fazer ajustes na distribuição de energia do país com o desligamento. A Rússia não se manifestou oficialmente sobre a situação.
O anúncio vem menos de 24 horas depois da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informar que uma visita técnica independente, que não ocorre desde o início dos ataques russos à Ucrânia em fevereiro, estava "muito próxima" de acontecer.
A situação da maior central nuclear da Europa é muito preocupante por conta dos constantes ataques que ocorrem tanto contra a estrutura como na área próxima à usina. Russos e ucranianos trocam acusações sobre a autoria dessas ações militares e elevam a tensão sobre o risco de um desastre nuclear.
Além disso, a falta de inspeções independentes e a perda constante do monitoramento remoto dos dados pela AIEA causam ainda mais preocupações. Segundo o diretor da agência ligada à ONU, Rafael Grossi, a situação está "totalmente fora de controle" e é de "extrema gravidade".
A central nuclear de Zaporizhzhia tem seis reatores, mas apenas dois estavam em funcionamento. O local está sob controle de tropas russas desde o início de março, mas ainda é operado por técnicos ucranianos.
Kiev exige que a área seja desmilitarizada para que a situação consiga voltar à normalidade, mas Moscou diz que é "impossível" fazer isso porque deixaria a usina ainda mais vulnerável.
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