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Papa Francisco: 'Extremismos ameaçam bem-estar dos povos'

Papa Francisco realiza a audiência geral semanal no Vaticano - VATICAN MEDIA/via REUTERS
Papa Francisco realiza a audiência geral semanal no Vaticano Imagem: VATICAN MEDIA/via REUTERS

13/09/2022 12h56Atualizada em 13/09/2022 13h19

O papa Francisco alertou nesta terça-feira (13) que os "extremismos" e o "populismo" ameaçam o bem-estar dos povos.

A declaração foi dada durante um encontro com autoridades políticas, civis e diplomáticas em Nur-Sultã, capital do Cazaquistão, país que recebe o líder católico para um congresso inter-religioso.

"A democracia e a modernização não podem ser relegadas a proclamações. Elas confluem em um concreto serviço ao povo: uma boa política é feita de ouvir as pessoas e de respostas a suas necessidades legítimas, com particular atenção a trabalhadores, jovens e faixas mais frágeis, e também de medidas de combate à corrupção", disse o Papa.

"Esse estilo político realmente democrático é a resposta mais eficaz a possíveis extremismos, personalismos e populismos, que ameaçam a estabilidade e o bem-estar dos povos", acrescentou Francisco.

Jorge Bergoglio ainda afirmou que o "desenvolvimento integral é mantido como refém de uma injustiça disseminada, por meio da qual os recursos são distribuídos de modo desigual". "É tarefa do Estado, mas também do setor privado, tratar todos os componentes da população com justiça e paridade de direitos e deveres", disse.

Francisco também destacou a necessidade e "ampliar o compromisso diplomático em favor do diálogo" e evitar a "acentuação de rivalidades e o reforço de blocos contrapostos". "Precisamos de líderes que, em nível internacional, permitam aos povos se compreender e dialogar", salientou.

Esse foi o primeiro discurso do Papa em sua viagem ao Cazaquistão, a 38ª visita internacional de seu pontificado.

Nesta quarta-feira (14), Francisco participa da abertura e da sessão plenária do 7º Congresso de Líderes do Mundo e Religiões Tradicionais, evento que busca promover o diálogo inter-religioso e prevenir o uso da fé para justificar guerras.

De noite, Bergoglio celebra uma missa para fiéis cazaques.

Já em 15 de setembro, o pontífice repete a tradição de se encontrar com jesuítas locais e com membros do clero, além de participar da leitura do documento conclusivo do congresso inter-religioso. O embarque para Roma está previsto para o fim da tarde.

Havia a expectativa de que o Papa se reunisse no Cazaquistão com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, mas o patriarca, alinhado ao regime de Vladimir Putin e apoiador da invasão à Ucrânia, desistiu de participar do congresso em Nur-Sultã.