Jovem símbolo de protestos no Irã morre; UE condena repressão
BRUXELAS, 25 SET (ANSA) - A jovem Hadith Najafi, considerada símbolo dos protestos no Irã após a morte de Mahsa Amini, que havia sido detida por não usar o véu islâmico corretamente, é uma das 50 vítimas da repressão policial.
A informação foi divulgada neste domingo (25) em vários perfis nas redes sociais, em particular, no da jornalista iraniana Masih Alinejad.
"Sua irmã me disse que ela tinha apenas 20 anos e foi morta por seis balas na cidade de Karaj", escreveu a repórter no Twitter.
Najafi ganhou os holofotes quando um vídeo no qual aparece de costas, sem véu, amarrando o cabelo antes de uma manifestação viralizou.
Nos últimos dias, milhares de mulheres iranianas têm liderado um protesto social pelos seus direitos fundamentais. As autoridades, no entanto, estão usando gás lacrimogêneo e violência para dispersar a população.
A União Europeia (UE), inclusive, condenou "o uso generalizado e desproporcional da força contra manifestantes pacíficos" e classificou o ato como " injustificável e inaceitável".
"Os cidadãos do Irã, como em qualquer outro país, têm o direito de protestar pacificamente. Este direito deve ser garantido em todas as circunstâncias", declarou o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.
Segundo o executivo, "a UE considerará todas as opções à sua disposição tendo em vista o próximo Conselho de Relações Exteriores para abordar o assassinato de Mahsa Amini e a maneira como as forças de segurança iranianas responderam às manifestações que se seguiram".
"A UE e seus Estados membros instam as autoridades iranianas a respeitar estritamente os princípios consagrados no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, do qual o Irã faz parte. Portanto, esperamos que interrompa imediatamente a repressão violenta aos protestos e garanta o acesso à Internet e o livre fluxo de informações", ressaltou.
Borrell reforçou que o bloco espera que o país "esclareça o número de mortos e presos, liberte todos os manifestantes não violentos e garanta um julgamento justo para todos os detidos".
Além disso, exigiu que o assassinato de Mahsa Amini deve ser devidamente investigado e os responsáveis por sua morte responsabilizados.
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