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'Recuamos 80 anos nos direitos humanos', alerta Anistia Internacional

ROMA, 24 ABR (ANSA) - Em um relatório apresentado nesta quarta-feira (24), a Anistia Internacional da Itália afirmou que 2023 foi um "ano terrível" para os direitos humanos, além de ter definido que o mundo retrocedeu pelo menos 80 anos neste campo.

O estudo, que retrata a situação dos direitos humanos em pouco mais de 150 nações, foi divulgado por Alba Bonetti, presidente da ONG no país europeu, em um evento em Roma.

"O desrespeito pela ordem mundial e pelo direito internacional nos fez retroceder 80 anos. 2023 foi um ano terrível para os direitos humanos", analisou Bonetti.

O relatório mencionou o sangrento conflito entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas na Faixa de Gaza, tendo acusado o país de "limitar ilegalmente o acesso à ajuda humanitária" no enclave palestino.

A ONG também disse que os Estados Unidos "usaram descaradamente o seu poder de veto para paralisar durante meses o Conselho de Segurança ONU", algo que poderia ser "indispensável" para o cessar-fogo. Washington ainda foi criticado por seguir enviando armamentos para Israel.

O Reino Unido e a Alemanha foram outras nações que pararam na mira do estudo por "adotarem dois pesos e duas medidas ao protestar contra os crimes de guerra cometidos por Rússia e Hamas", mas apoiarem "as ações israelenses e norte-americanas" em Gaza.

Falando em Moscou, o país liderado por Vladimir Putin, na visão da Anistia Internacional, "quebrou flagrantemente as regras da guerra" ao realizar "ataques indiscriminados a áreas civis densamente povoadas".

Por fim, a organização apelou por medidas urgentes para "renovar as instituições internacionais de proteção dos direitos humanos", além de sustentar que o Conselho de Segurança da ONU seja "reformado para que os membros permanentes não possam usar instrumentalmente o seu poder de veto".

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