Irmã de 'mulher mais obesa do mundo' acusa médicos de mentir sobre perda de 250 kg após operação
A irmã da egípcia Eman Abd El Aty, conhecida como "a mulher mais obesa do mundo", acusou os médicos de mentirem sobre a perda de peso dela após passar por uma cirurgia na Índia.
Eman foi operada no hospital Saifee, em Mumbai. Na semana passada, a instituição médica divulgou que ela havia perdido 250 kg.
Mas a irmã da mulher contestou o hospital. Disse ainda que o estado de saúde de Eman é delicado porque ela pode ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) durante a internação. O hospital negou veementemente as acusações.
A controvérsia começou na última segunda-feira, quando a irmã de Ema, Shaimaa Selim, divulgou um vídeo na internet dizendo que sua irmã não está conseguindo falar nem se movimentar e que Eman não teria perdido tanto peso quanto diz o hospital.
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Nesta terça-feira, Shaimaa falou à BBC: "Ele (médico Muffazal Lakdawala, que comandou a cirurgia) não a pesou antes e depois da operação. Se ele tiver alguma prova da perda de peso, que nos mostre então quanto ela pesava antes e depois."
Shaimaa diz que o estado de saúde de sua irmã é frágil. "O nível de oxigênio em seu corpo não está normal. Ela tem que respirar com uma máscara o tempo todo. Tem um tubo que vai do nariz ao estômago, porque ela não consegue comer ou beber pela boca."
Uma porta-voz do hospital disse à BBC que Eman foi pesada novamente na segunda-feira e que, agora, ela estaria com 172 kg.
Pelo Twitter, o médico Lakdawala negou ter mentido. "Shaimaa Selim, você matou a humanidade com um só golpe. Que Deus te ajude quando você perceber o que fez. Continuarei a tratar e rezar por Eman", afirmou.
Obesidade mórbida
Hoje com 36 anos, Eman nasceu com mais de 6 kg e foi diagnosticada com elefantíase, uma doença parasitária que causa inchaço extremo dos braços e das pernas.
Aos 11 anos, ela teve um AVC. Em razão da obesidade - ela chegou a 500 kg -, Eman não conseguiu sair de casa, em Alexandria, por 25 anos.
Ela foi levada de avião em janeiro ao hospital na Índia, onde realizou um regime e, em março, submetida a uma cirurgia bariátrica, realizada por uma equipe liderada por Lakdawala.
Esse tipo de operação é usada como último recurso em casos de obesidade mórbida, quando o Índice de Massa Corporal (IMC) de uma pessoa é igual ou superior a 40 - ou 35 para quem tem problemas de saúde relacionados a excesso de peso.
Existem diferentes técnicas. Em uma delas, parte do estômago é grampeada, e o intestino é desviado de forma que menos alimentos sejam digeridos e a pessoa tenha a sensação de saciedade.
Na outra, uma banda de silicone é colocada em volta do estômago, reduzindo a quantidade de alimentos necessária para saciar uma pessoa.
O hospital diz que Eman consegue agora usar cadeira de rodas e ficar sentada por um período maior de tempo, e divulgou fotos dela após a operação.
A irmã também manifestou insatisfação com a perspectiva de alta de Eman, que considera prematura.
"Há casos assim em outros lugares do mundo. Eles ficam no hospital por um ou dois anos para perder peso e voltar ao normal. Mas, depois de só um ou dois meses aqui, os médicos dizem que minha irmã pode retornar. Perguntei a eles como isso é possível, já que ela ainda está muito obesa", disse a irmã de Eman.
"E se algo acontecer no Egito? Como vou levá-la a uma hospital lá? Seria impossível, e ninguém me ajudaria. Eu pedi: 'Por favor, a mantenham aqui por mais tempo para ajudá-la a perder peso.'."
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