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Ataque com veículo mata ao menos 8 em Nova York; o que se sabe até agora

31/10/2017 18h42

Uma caminhonete foi usado, na tarde desta terça-feira, para atropelar pedestres e ciclistas na área sul de Manhattan, em Nova York, segundo a polícia.

Autoridades americanas confirmam ao menos oito mortes no episódio - outras 11 pessoas estariam feridas, mas sem risco de morte. A polícia trata o incidente como um ataque terrorista, e há informações de que o FBI (a polícia federal americana) já está à frente das investigações.

Entre os mortos, cinco são argentinos da cidade de Rosário que comemoravam 30 anos de formatura, segundo o ministro das Relações Exteriores da Argentina. Uma belga também está entre as vítimas, segundo chanceler da Bélgica.

Um suspeito foi detido pelos policiais: trata-se de um homem de 29 anos identificado como Sayfullo Saipov, um imigrante do Uzbequistão que teria chegado aos Estados Unidos em 2010 e se estabelecido na Flórida. As informações não foram confirmadas oficialmente.

Na ação, ele dirigia um caminhonete alugado que, depois dos atropelamentos, se chocou com um ônibus escolar por volta das 15h locais, ferindo dois adultos e duas crianças.

Nesse momento, o motorista saiu do veículo segurando o que pareciam ser armas nas mãos até ser atingido no abdômen e preso, segundo a polícia. Ele foi hospitalizado.

Inicialmente, circularam relatos de que o motorista teria disparado contra pedestres, o que ainda não se confirmou.

Testemunhas relataram que viram o motorista do veículo saindo do carro com armas. "Ele saiu do carro com armas nas mãos. As pessoas começaram a chamar os policiais, eles vieram, e o homem chegou a atirar algumas vezes", disse uma delas.

"Ele estava gritando na rua, parecia frustrado, em pânico, confuso. Nisso, várias pessoas passaram correndo, gritando: 'Ele tem uma arma'", contou outro homem que estava perto quando tudo aconteceu.

"Vimos o homem, ele estava usando roupas escuras, tinha uma barba, estava com duas armas, foi assustador", disse uma jovem.

A polícia retirou da área isolada onde ocorreu o ataque uma arma de paintball e outra de ar comprimido.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, afirmou que não há nenhuma evidência que sugira que o episódio desta terça seja parte de "um plano mais amplo" de ataques.

Em entrevista coletiva, o comissário de polícia James O'Neill declarou o episódio "encerrado". Disse que haverá um reforço policial por conta dos desfiles de Halloween na cidade, mas agregou que não há preocupação com ataques subsequentes ao desta terça.

Pelo Twitter, a polícia nova-iorquina descreveu o que sabe até agora sobre o episódio, mas disse que todas as informações são preliminares: "O veículo atingiu diversas pessoas pelo caminho. Há várias mortes e pessoas feridas. O veículo prosseguiu até bater em outro. O suspeito saiu do veículo exibindo imitações de armas e foi alvejado pela polícia de Nova York".

A polícia orientou a população local a ficar distante da região próxima à West Side Highway, uma avenida movimentada da ilha.

O presidente americano Donald Trump se manifestou pelo Twitter sobre o ocorrido: "Em NYC, parece ter havido outro ataque por parte de uma pessoa muito doente e demente. As forças policiais estão acompanhando de perto. Não nos EUA!"

Mais tarde, acrescentou: "Não podemos permitir que o Estado Islâmico retorne ou entre em nosso país após derrotá-lo no Oriente Médio e em outros lugares. Basta."

Depois, por meio de nota oficial divulgada pela Casa Branca, o presidente ofereceu solidariedade às vítimas e familiares.

"Nossos pensamentos e orações estão com as vítimas do ataque terrorista de hoje em Nova York e com suas famílias. Meu governo vai providenciar todo apoio para o departamento de polícia de Nova York, incluindo uma investigação conjunta com o FBI. Nós agradecemos as primeiras pessoas que conseguiram parar o suspeito e que ofereceram ajuda às vítimas desse ataque covarde. Esses bravos homens e mulheres representam o verdadeiro espírito americano de coragem e resiliência. Continuarei acompanhando de perto os acontecimentos."

Sobre as vítimas, ainda não foram identificados os nomes dos mortos, mas o Ministério das Relações Exteriores da Argentina confirmou que "cidadãos argentinos faleceram em Nova York em consequência do atentado perpetrado na cidade". O órgão informou ainda que autoridades estão trabalhando para identificar as vítimas.

O presidente Trump anunciou também que ordenou que o Departamento de Segurança Interna dos EUA intensifique o já rigoroso controle de estrangeiros que viajam para os Estados Unidos, após o ataque em Nova York. "Ser politicamente correto é bom, mas não para isso", disse no Twitter.