Harry e Meghan deixarão de ser membros seniores da realeza britânica
A decisão, anunciada em publicação no Instagram, foi tomada após 'meses de reflexão e discussões internas', afirmam.
(Matéria atualizada às 18h10 de 08/01/2020)
O duque e a duquesa de Sussex anunciaram nesta quarta-feira (8) que deixarão de ser membros seniores da realeza britânica.
O príncipe Harry e sua mulher, Meghan Markle, dividirão seu tempo, a partir de agora, entre o Reino Unido e a América do Norte.
Em comunicado publicado no Instagram, o casal anunciou que planeja "construir gradualmente um novo papel dentro desta instituição" e que quer trabalhar para tornar-se "financeiramente independente".
Em outubro, os dois revelaram as dificuldades que enfrentavam diante do escrutínio da imprensa.
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Segundo eles, a decisão foi tomada após "meses de reflexão e discussões internas".
"Nossa intenção é deixar de ser membros seniores da família real e trabalhar para ser financeiramente independentes, ao mesmo tempo em que continuamos apoiando totalmente Sua Majestade a Rainha", afirmaram.
"Foi com o seu encorajamento, particularmente ao longo dos últimos anos, que nos sentimentos preparados para fazer esse ajuste."
Em comunicado, o Palácio de Buckingham afirmou que as discussões com o duque e a duquesa de Sussex ainda estão nos estágios iniciais.
"Compreendemos seu desejo de adotar uma abordagem diferente, mas essas são questões complexas, que levarão tempo para serem resolvidas."
https://www.instagram.com/p/B7EaGS_Jpb9/?utm_source=ig_web_copy_link
Harry e Meghan afirmam que pretendem dividir seu tempo entre o Reino Unido e a América do Norte.
"Esse equilíbrio geográfico nos permitirá criar nosso filho com apreço pela tradição real na qual ele nasceu, mas também dará à nossa família o espaço necessário para nos concentrarmos em nossos próximos passos, incluindo o lançamento de uma nova entidade beneficente."
Durante o Natal, o casal se afastou temporariamente de suas funções reais para passar algum tempo no Canadá com seu filho, Archie, nascido em maio.
Após retornar ao Reino Unido, nesta terça (7), Harry, 35, e Meghan, 38, visitaram o Alto Comissariado do Canadá em Londres para agradecer ao país por recebê-los e afirmaram que o carinho e a hospitalidade com que foram recebidos foram "inacreditáveis".
Meghan morou e trabalhou em Toronto quando atuava na série de TV americana Suits.
Tédio e impaciência
Para Jonny Dymond, o correspondente de assuntos da realeza da BBC, "estava dolorosamente claro que havia partes do trabalho que eles simplesmente não suportavam".
"Ambos pareciam ganhar vida no encontro com as multidões. Mas Harry odiava as câmeras e ficava claramente entediado pelos cerimoniais."
De acordo com ele, embora Meghan conseguisse ser mais profissional, por vezes sua impaciência com o dia a dia da função aparecia.
"Há muito mais perguntas que respostas: Qual vai ser a função deles agora? Onde vão viver, quem vai pagar por isso? Que tipo de relação terão com o resto da família real?"
Dymond afirma que, acima de todas as outras, está a questão institucional: "O que isso significa para a família real?".
"Harry e Meghan eram parte da reinvenção e atualização da instituição. Essa não é a maneira com que ninguém planejou seu futuro", diz.
'Nunca antes na história'
Para o ex-assessor de imprensa do Palácio de Buckingham Dickie Arbiter, a decisão mostra que o príncipe Harry está deixando "a emoção comandar a razão".
À BBC, ele afirmou que o "massacre" da imprensa no nascimento do filho do casal pode ter tido papel importante na ação.
Arbiter comparou o movimento com a abdicação do rei Edward 8º em 1936 para se casar com a americana divorciada Wallace Simpson.
"Esse é o único outro precedente, mas não há nada assim nos tempos modernos", disse.
Questionado sobre como ser um membro da família real "em meio período" funcionaria, ele afirmou não saber.
"Se eles forem ficar baseados no Reino Unido, isso significa que vão ter que voar bastante, deixando uma grande pegada de carbono", disse, ressaltando que isso pode gerar controvérsia.
Ele também questionou como se daria a independência financeira do casal.
"Claro, Harry não é um homem pobre, mas para conseguir se estabelecer em dois continentes diferentes, criar uma família, continuar fazendo o seu trabalho ? como esse trabalho vai ser financiado?", disse. "Como a segurança deles será financiada?"
Harry é o sexto na linha sucessória da família britânica, atrás do príncipe Charles, do príncipe William e dos três filhos de seu irmão.
Em um documentário da ITV que foi ao ar no ano passado, Meghan admitiu que a maternidade vinha sendo difícil devido ao interesse intenso dos jornais pela sua vida.
O príncipe Harry também reagiu a relatos de uma rixa entre ele e seu irmão, William, o duque de Cambridge, afirmando que eles estavam seguindo "caminhos diferentes".
Em outubro, a duquesa entrou com um processo na Justiça contra um jornal, acusando a publicação de ter divulgado ilegalmente uma de suas correspondências privadas.
De acordo com ela, o tabloide The Mail on Sunday e a companhia que o publica são responsáveis por uma campanha de histórias "inverídicas".
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