Procuradoria da Argentina pede investigação de presidente
A Procuradoria da Argentina pediu nesta quinta-feira (07/04) autorização para abrir uma investigação sobre a ligação do presidente Mauricio Macri com empresas offshore reveladas nos Panama Papers.
"O primeiro passo é verificar se Mauricio Macri omitiu maliciosamente as empresas em sua declaração de bens", afirmou o procurador Federico Delgado no documento que pede a abertura da investigação, enviado ao juiz Sebastián Casanello. Delgado ressaltou ainda que a pena para esse crime pode chegar a dois anos de prisão.
O procurador pediu também que seja investigado se houve atividades irregulares das offshore e qual seria o papel do presidente nas supostas infrações. O juiz precisa agora decidir se há evidências suficientes para abrir a investigação.
Os documentos vazados do escritório de advocacia e consultoria panamenho Mossack Fonseca revelaram que Macri, o pai, o irmão faziam parte do conselho administrativo de uma empresa offshore, a Fleg Trading Ltd., registrada nas Bahamas em 1988. A empresa teria funcionado até 2009, quando Macri já exercia há dois anos o cargo de prefeito de Buenos Aires.
Além da Fleg Trading Ltd., o nome de Macri aparece relacionado a outra offshore, a Kagemusha SA, registrada no Panamá em 1981, da qual ele seria vice-presidente. A empresa ainda está em funcionamento.
O presidente não listou nenhuma dessas empresas nas declarações de bens, quando assumiu a prefeitura de Buenos Aires, em 2007, e, no ano passado, ao assumir a presidência.
Macri nega irregularidades
Macri, que venceu as eleições com a promessa de combater a corrupção, reiterou nesta quinta-feira que não tem nada para esconder. "Estou tranquilo. Cumpri com a lei. Informei a verdade", disse em uma coletiva de imprensa, após o anúncio do pedido da procuradoria.
Anteriormente, o governo argentino afirmou que Macri jamais foi um stakeholder da offshore Fleg Trading Ltd., tendo sido seu CEO apenas de maneira "circunstancial", e que não tinha participação acionária no negócio.
O gabinete de Macri justificou o fato de o presidente não ter incluído sua participação na empresa em suas declarações de imposto de renda, afirmando que "somente os ativos devem ser declarados, e ele nunca foi acionista dessa sociedade".
Os chamados Panama Papers, divulgados pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung, revelaram detalhes de centenas de milhares de clientes da consultoria Mossack Fonseca, que supostamente utilizam paraísos fiscais no exterior para evasão fiscal, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas e armas.
Governos de diversos países iniciaram investigações sobre possíveis práticas ilegais de políticos e personalidades, após a divulgação dos documentos.
CN/efe/rtr/ap/afp
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