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Partidos extraparlamentares moçambicanos juntam-se a marcha pela paz em Maputo

Lusa / ar.

26/08/2016 15h21

Partidos extraparlamentares de Moçambique anunciaram que vão juntar-se às organizações da sociedade civil na marcha convocada para sábado (27.08) em Maputo a exigir o fim imediato das hostilidades militares.

"Nós também estaremos na rua, juntamente com as organizações da sociedade civil para protestar e exigir o fim deste conflito", disse o presidente do Partido Ecologista Movimento da Terra, João Massango, falando esta sexta-feira (26.08) durante uma conferência de imprensa, em representação de várias formações partidárias extraparlamentares.

A marcha, que decorrerá sob o lema "O Povo já não aguenta", vai percorrer algumas das principais avenidas do centro da capital moçambicana, Maputo.

À semelhança das organizações da sociedade civil, segundo João Massango, os partidos extraparlamentares já emitiram um pedido ao Governo e à Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) para participar no processo negocial, estando agora à espera de uma resposta.

A paz é uma questão de todos

"A paz não é só do interesse da RENAMO e da FRELIMO [Frente de Libertação de Moçambique], é uma questão de todos", afirmou João Massango, remetendo para os próximos dias detalhes sobre o pedido.

João Massango disse ainda que partidos extraparlamentares estão a organizar uma série de manifestações caso as partes não cheguem a um consenso.

"Estamos a preparar um leque de manifestações contra toda esta situação e serão manifestações que começam mas não terminam ", declarou o líder do partido Ecologista, sem avançar datas nem detalhes dos protestos.

Conversações interrompidas até 12 de setembro

Recorde-se que na passada quarta-feira (24.08), os mediadores internacionais nas negociações de paz em Moçambique divulgaram uma proposta às delegações do Governo moçambicano e da RENAMO para a suspensão imediata das hostilidades militares, mas as partes não chegaram a acordo e as conversações estão interrompidas até 12 de setembro. Em junho, as mesmas organizações da sociedade civil foram às ruas para protestar contra a crise política e económica que o país atravessa, exigindo a responsabilização dos autores das chamadas dívidas escondidas, que totalizam 1,2 mil milhões de euros, e que fizeram disparar a dívida pública para 86% do Produto Interno Bruto.

Declarações públicas de organizadores da marcha do próximo sábado já deram a entender que, além da exigência de paz, a crise económica em Moçambique e o caso das dívidas escondidas também constarão das palavras de ordem.

Polícia diz que não vai tolerar perturbações em marcha pela paz

A Polícia moçambicana disse que não vai tolerar perturbações da ordem pública na manifestação convocada para sábado em Maputo por organizações da sociedade civil.

"Não serão toleradas perturbações da ordem pública na marcha de sábado", disse à imprensa o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Maputo, Orlando Modumane.

O porta-voz da PRM em Maputo disse que a corporação já foi notificada pelas autoridades municipais e todas as condições foram criadas para garantir a segurança das pessoas.

"Estaremos atentos para garantir que a manifestação seja feita dentro da lei e as pessoas possam seguir com as suas rotinas em tranquilidade", acrescentou Orlando Modumane.