Gorbachev pede que Putin construa uma "democracia real" na Rússia
Moscou, 29 fev (EFE).- O último dirigente soviético, Mikhail Gorbachev, pediu nesta segunda-feira ao presidente russo, Vladimir Putin, que construa uma "democracia real" na qual as decisões não dependam de uma só pessoa, já que "ninguém é dono da verdade absoluta".
"Não pode ser que todas as decisões confluam em uma só pessoa. Ninguém tem o monopólio de verdade", escreveu Gorbachev em artigo publicado no jornal independente "Novaya Gazeta"
Gorbachev, que completará nesta semana 85 anos, garantiu que "é evidente que o atual modelo de gestão não funciona, seja em política ou em economia".
"Não há propostas alternativas. Não vem gente nova. É preciso retomar o caminho da democracia real. Isso é o que mais nos falta: democracia", afirmou.
O octogenário político se mostrou "convencido" que "sem a ativa participação do povo na busca de soluções, não é possível sair do círculo vicioso de problemas nos quais o país se encontra preso".
O ex-líder reconheceu que os conceitos de "democracia dirigida" e "vertical de poder" introduzidos por Putin em sua chegada ao poder conseguiram estabilizar a situação, especialmente no âmbito econômico, após "a deflação de 1998".
"Devemos superar as tendências autoritárias na política interna (...). Efetivamente, a situação se estabilizou. Mas foi em prejuízo da democracia real, de um parlamento, de tribunais e de veículos de comunicação independentes", comentou.
Gorbachev, que acusou Putin de acreditar em Deus, destacou que "a recuperação se deveu sobretudo aos altos preços do petróleo e ao gás nos mercados internacionais".
Na sua opinião, o que não se pode fazer para superar a crise é instigar a divisão na sociedade russa "entre bons e maus, vermelhos e azuis, patriotas e liberais".
"Não se deve buscar nem inimigos, nem uma quinta coluna, nem agentes estrangeiros. É preciso se consolidar em prol de objetivos comuns. Acredito que isto é possível. Acredito na Rússia", comentou.
Nos últimos anos, Gorbachev manteve uma atitude muito crítica com Putin por suas draconianas leis e sua perseguição das liberdades fundamentais, embora tenha respaldado sua política externa, seja na Ucrânia ou na Síria.
Após os protestos antigovernamentais contra a fraude eleitoral do final de 2011, as maiores desde a queda da URSS, Gorbachev pediu abertamente a renúncia das autoridades.
Em resposta, Putin garantiu que Gobachov devia ter lutado "pela integridade territorial de nosso Estado (soviético) de maneira mais insistente, consequente e ousada, e não esconder a cabeça sob a areia, deixando o traseiro para cima".
"Não pode ser que todas as decisões confluam em uma só pessoa. Ninguém tem o monopólio de verdade", escreveu Gorbachev em artigo publicado no jornal independente "Novaya Gazeta"
Gorbachev, que completará nesta semana 85 anos, garantiu que "é evidente que o atual modelo de gestão não funciona, seja em política ou em economia".
"Não há propostas alternativas. Não vem gente nova. É preciso retomar o caminho da democracia real. Isso é o que mais nos falta: democracia", afirmou.
O octogenário político se mostrou "convencido" que "sem a ativa participação do povo na busca de soluções, não é possível sair do círculo vicioso de problemas nos quais o país se encontra preso".
O ex-líder reconheceu que os conceitos de "democracia dirigida" e "vertical de poder" introduzidos por Putin em sua chegada ao poder conseguiram estabilizar a situação, especialmente no âmbito econômico, após "a deflação de 1998".
"Devemos superar as tendências autoritárias na política interna (...). Efetivamente, a situação se estabilizou. Mas foi em prejuízo da democracia real, de um parlamento, de tribunais e de veículos de comunicação independentes", comentou.
Gorbachev, que acusou Putin de acreditar em Deus, destacou que "a recuperação se deveu sobretudo aos altos preços do petróleo e ao gás nos mercados internacionais".
Na sua opinião, o que não se pode fazer para superar a crise é instigar a divisão na sociedade russa "entre bons e maus, vermelhos e azuis, patriotas e liberais".
"Não se deve buscar nem inimigos, nem uma quinta coluna, nem agentes estrangeiros. É preciso se consolidar em prol de objetivos comuns. Acredito que isto é possível. Acredito na Rússia", comentou.
Nos últimos anos, Gorbachev manteve uma atitude muito crítica com Putin por suas draconianas leis e sua perseguição das liberdades fundamentais, embora tenha respaldado sua política externa, seja na Ucrânia ou na Síria.
Após os protestos antigovernamentais contra a fraude eleitoral do final de 2011, as maiores desde a queda da URSS, Gorbachev pediu abertamente a renúncia das autoridades.
Em resposta, Putin garantiu que Gobachov devia ter lutado "pela integridade territorial de nosso Estado (soviético) de maneira mais insistente, consequente e ousada, e não esconder a cabeça sob a areia, deixando o traseiro para cima".
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