Capriles diz que Venezuela só terá diálogo após agendamento de referendo
O ex-candidato à presidência da Venezuela Henrique Capriles declarou neste sábado (28) que para haver diálogo no país deve ser primeiramente anunciada a data em que será realizado o referendo sobre a destituição do presidente.
"Todos queremos que exista um diálogo de verdade, nunca vamos recusar o diálogo, mas isso passa por definir a data do referendo revogatório porque esse processo democrático dará uma solução para o que estamos vivendo. Aqui ninguém pode negociar algo turvo", disse Capriles em ato que liderou como governador do estado de Miranda.
De acordo com o líder opositor, diante da situação de crise no país, que enfrenta uma grave escassez de alimentos e remédios, assim como a inflação mais alta do mundo, "o governo deve escutar e respeitar a voz do povo, e o povo quer o revogatório".
Capriles opinou que o país "não quer que ocorra uma explosão social, e sim uma saída pacífica, democrática, constitucional e eleitoral".
Neste sábado circularam informações sobre um encontro para promover o diálogo entre governistas e opositores venezuelanos em Punta Cana, na República Dominicana, com a presença do ex-presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero.
Também estariam presentes como mediadores os ex-governantes de República Dominicana e Panamá, Leonel Fernández e Martín Torrijos, respectivamente, que estiveram recentemente em Caracas, junto ao ex-líder espanhol, para negociar um diálogo.
As delegações venezuelanas seriam compostas, pelo lado governista, pela chanceler, Delcy Rodríguez; seu irmão, o prefeito do município de Libertador (Caracas), Jorge Rodríguez; e o deputado Elías Jaua.
O lado opositor contaria com os deputados Alfonso Marquina, Timoteo Zambrano e Luis Aquiles, assim como Carlos Vecchio, dirigente do Vontade Popular.
O secretário-executivo da aliança opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, disse sobre estes encontros em Punta Cana que a delegação opositora só se reuniu com os ex-presidentes, e não com os porta-vozes do governo.
Torrealba afirmou que nesse encontro os representantes da MUD reiteraram os pontos que consideram "indispensáveis" em qualquer processo de diálogo: revogatório, liberdade a presos e retorno de exilados, atender a crise humanitária, e o respeito ao parlamento e à Constituição.
Torrealba indicou que quando os representantes da oposição que estão em Punta Cana retornarem à Venezuela informará ao país sobre o que foi conversado com os "mediadores", assim como os passos que serão seguidos pela aliança.
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