Mercado brasileiro espera oscilações e entrada de capital após "Brexit"
Waldheim García Montoya.
São Paulo, 24 jun (EFE).- O mercado brasileiro espera oscilações nos próximos dias, tanto na Bovespa como no aspecto cambial, além da entrada de capital estrangeiro a curto prazo como consequência da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), de acordo com analistas.
O "Brexit" (acrônimo pelo qual é chamada a saída do Reino Unido), decidido em um referendo no qual recebeu 52% dos votos dos eleitores britânicos, "poderá provocar uma forte oscilação nos mercados cambiais e de ações no Brasil", afirmou à Agência Efe Ingo Plöger, presidente internacional do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL).
Plöger, além disso, considera que o "Brexit" pode marcar uma "tendência de, em um primeiro momento, o Brasil atrair investimentos a curto prazo em virtude da incerteza gerada nos mercados europeus".
Sobre as exportações brasileiras, o analista apontou que "sofrerão certa instabilidade a curto prazo" em um cenário que não será diferente para o resto dos países da América Latina.
"Os investimentos a curto prazo terão um efeito de maior especulação, dando às moedas latino-americanas uma valorização que, no momento, não é desejável", ressaltou.
Para Daniel Maranhão, sócio da Grant Thornton, "ainda é cedo para avaliar o movimento após a saída do Reino Unido e o impacto que pode causar nas relações comerciais com o Mercosul".
"Atualmente, inclusive na Comunidade Europeia, há muitas divergências entre os 'prós' e 'contras' desta saída e seus efeitos bilaterais, e o Mercosul poderá sofrer algum impacto", ressaltou.
Este cenário, de acordo com Maranhão, permite que as pequenas e médias empresas brasileiras, assim como as de outros países que têm relações comerciais com a UE, assumam um papel "mais relevante" dentro do Produto Interno Bruto (PIB).
O estímulo às pequenas e médias empresas a partir do "Brexit", segundo um estudo ivulgado nesta sexta-feira pela Grant Thornton, "é fundamental para o crescimento econômico" tanto nos países da zona do euro como no Brasil e para o "impacto na geração de empregos".
Outro estudo macroeconômico do Itaú Unibanco ressaltou que, "com uma política monetária expansionista", após o "Brexit", o "principal impacto" é a "maior incerteza" que será evidenciada na região, com um reflexo de "crescimento menor" dos países emergentes por causa da desaceleração nas grandes potências.
"A longo prazo, a perspectiva para a economia global parece mais frágil", apesar do pronunciamento dos bancos centrais dos principais países sobre sua capacidade para gerar liquidez, segundo o relatório.
No Brasil, ainda de acordo com o relatório, o impacto dependerá do "tamanho da desvalorização do real" e esse reflexo na inflação, que em 2015 foi de 10,67%, superando o limite de 6,5% de um centro da meta de 4,5%.
O Banco Central (BC) divulgou um comunicado no qual afirmou que está "monitoriando continuamente o desenvolvimento dos mercados global e doméstico" como consequência do "Brexit" e, "se necessário, adotará medidas adequadas para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial".
"A economia brasileira tem fundamentos robustos para enfrentar movimentos coerentes deste processo, especialmente um relevante montante de suas reservas internacionais, o regime de câmbio flutuante e um sistema financeiro sólido, com baixa exposição internacional", argumentou o BC.
Na mesma linha, o Ministério da Fazenda disse que "as condições de financiamento da dívida pública brasileira permanecem sólidas neste momento de volatilidade nos mercados financeiros frente a eventos externos".
"O Tesouro Nacional conta com um amplo colchão de liquidez. A dívida pública federal é composta majoritariamente de títulos denominados em reais" e, nesse contexto, "o Brasil está preparado para atravessar com segurança períodos de instabilidade externa", afirmou a pasta.
São Paulo, 24 jun (EFE).- O mercado brasileiro espera oscilações nos próximos dias, tanto na Bovespa como no aspecto cambial, além da entrada de capital estrangeiro a curto prazo como consequência da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), de acordo com analistas.
O "Brexit" (acrônimo pelo qual é chamada a saída do Reino Unido), decidido em um referendo no qual recebeu 52% dos votos dos eleitores britânicos, "poderá provocar uma forte oscilação nos mercados cambiais e de ações no Brasil", afirmou à Agência Efe Ingo Plöger, presidente internacional do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL).
Plöger, além disso, considera que o "Brexit" pode marcar uma "tendência de, em um primeiro momento, o Brasil atrair investimentos a curto prazo em virtude da incerteza gerada nos mercados europeus".
Sobre as exportações brasileiras, o analista apontou que "sofrerão certa instabilidade a curto prazo" em um cenário que não será diferente para o resto dos países da América Latina.
"Os investimentos a curto prazo terão um efeito de maior especulação, dando às moedas latino-americanas uma valorização que, no momento, não é desejável", ressaltou.
Para Daniel Maranhão, sócio da Grant Thornton, "ainda é cedo para avaliar o movimento após a saída do Reino Unido e o impacto que pode causar nas relações comerciais com o Mercosul".
"Atualmente, inclusive na Comunidade Europeia, há muitas divergências entre os 'prós' e 'contras' desta saída e seus efeitos bilaterais, e o Mercosul poderá sofrer algum impacto", ressaltou.
Este cenário, de acordo com Maranhão, permite que as pequenas e médias empresas brasileiras, assim como as de outros países que têm relações comerciais com a UE, assumam um papel "mais relevante" dentro do Produto Interno Bruto (PIB).
O estímulo às pequenas e médias empresas a partir do "Brexit", segundo um estudo ivulgado nesta sexta-feira pela Grant Thornton, "é fundamental para o crescimento econômico" tanto nos países da zona do euro como no Brasil e para o "impacto na geração de empregos".
Outro estudo macroeconômico do Itaú Unibanco ressaltou que, "com uma política monetária expansionista", após o "Brexit", o "principal impacto" é a "maior incerteza" que será evidenciada na região, com um reflexo de "crescimento menor" dos países emergentes por causa da desaceleração nas grandes potências.
"A longo prazo, a perspectiva para a economia global parece mais frágil", apesar do pronunciamento dos bancos centrais dos principais países sobre sua capacidade para gerar liquidez, segundo o relatório.
No Brasil, ainda de acordo com o relatório, o impacto dependerá do "tamanho da desvalorização do real" e esse reflexo na inflação, que em 2015 foi de 10,67%, superando o limite de 6,5% de um centro da meta de 4,5%.
O Banco Central (BC) divulgou um comunicado no qual afirmou que está "monitoriando continuamente o desenvolvimento dos mercados global e doméstico" como consequência do "Brexit" e, "se necessário, adotará medidas adequadas para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial".
"A economia brasileira tem fundamentos robustos para enfrentar movimentos coerentes deste processo, especialmente um relevante montante de suas reservas internacionais, o regime de câmbio flutuante e um sistema financeiro sólido, com baixa exposição internacional", argumentou o BC.
Na mesma linha, o Ministério da Fazenda disse que "as condições de financiamento da dívida pública brasileira permanecem sólidas neste momento de volatilidade nos mercados financeiros frente a eventos externos".
"O Tesouro Nacional conta com um amplo colchão de liquidez. A dívida pública federal é composta majoritariamente de títulos denominados em reais" e, nesse contexto, "o Brasil está preparado para atravessar com segurança períodos de instabilidade externa", afirmou a pasta.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.