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FBI: Hillary não deve ser acusada por usar e-mail pessoal para temas oficiais

05/07/2016 13h39

Washington, 5 jul (EFE).- O diretor do FBI, James Comey, afirmou nesta terça-feira que a virtual candidata à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, não deve ser acusada pelo uso de vários servidores de e-mail particulares para lidar com assuntos oficiais quando era secretária de Estado (2009-2013).

A recomendação do FBI é provisória, e a decisão definitiva depende do Departamento de Justiça.

"Expressamos à Justiça nossa visão de que não devem ser apresentadas acusações neste caso", disse Comey em entrevista coletiva na sede do FBI, em Washington.

Em pronunciamento à imprensa, o diretor do FBI declarou que a ex-primeira-dama usou "vários" dispositivos móveis, como telefones celulares, para ter acesso a "vários servidores" particulares de e-mail, nos quais administrou assuntos oficiais e confidenciais durante seus quatro anos à frente da diplomacia americana.

"Embora não tenham sido encontradas provas claras de que a secretária Clinton ou seus companheiros tivessem intenção de violar as leis que regem o controle de informação sigilosa, há evidência de que foram muito negligentes em sua administração de informações muito sensíveis, altamente confidenciais", disse Comey.

O chefe do FBI disse que a investigação mostrou que 110 mensagens de e-mail incluídas em 52 cadeias de mensagem continham informações sigilosas.

Além disso, Comey apontou que "é possível" que atores externos e hostis aos Estados Unidos tenham tido acesso a informações sigilosas do governo através da conta de correio de Hillary, embora tenha ressaltado que "não se encontraram provas" da intrusão de hackers.

Com este pronunciamento público, Comey deu mais dados sobre a investigação realizada há meses pelo FBI e o Departamento de Justiça para descobrir se a ex-primeira-dama pôs em perigo a segurança nacional ou lidou de maneira incorreta com informações sigilosas por meio de seu e-mail pessoal.

A decisão do FBI terá caráter definitivo, conforme disse na semana passada a procurador-geral dos EUA, Loretta Lynch.

Após um controverso encontro com o ex-presidente Bill Clinton, a procuradora garantiu que se dedicará unicamente a revisar o relatório final e não usará seu poder para anular a investigação ou influir na possibilidade de acusar a política democrata.

A secretária de Justiça afirmou que essa decisão foi tomada há meses para tirar qualquer dúvida sobre um possível conflito de interesses, pois Lynch foi nomeada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, e anteriormente foi indicada por Bill Clinton para a Procuradoria do Distrito Leste de Nova York.

O anúncio do FBI ocorre poucas semanas antes da convenção do Partido Democrata que será realizada de 25 a 28 de julho na Filadélfia (Pensilvânia) e na qual será designado oficialmente o candidato da legenda para as eleições presidenciais de novembro.