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Líder uruguaio no Parlasul apoia democracia venezuelana e comando do Mercosul

12/07/2016 16h09

Montevidéu, 12 jul (EFE).- O presidente da delegação uruguaia no Parlamento do Mercosul (Parlasul), Daniel Caggiani, disse nesta terça-feira que existe "na Venezuela um Estado democrático" e que é preciso respeitar a transferência da presidência rotativa do bloco a essse país, que deverá ficar a frente do bloco pelos próximos seis meses.

"Houve uma mudança de estratégia de alguns governos da região que optaram por tentar que o Mercosul aumentasse suas contradições políticas", disse Caggiani em entrevista à 'Radio Uruguay".

Caggiani, pertencente ao Movimento de Participação Popular, partido do ex-presidente José Mujica e que integra a coalizão governista de esquerda Frente Ampla (FA), acrescentou que essa "mudança de estratégia" também pretende fazer com que o bloco perca "funcionalidade" como elemento de posicionamento político e de integrações econômica, comercial e cultural.

O Uruguai ostenta atualmente a presidência temporária do Mercosul, integrado também por Brasil, Argentina, Paraguai e Venezuela, e o próximo turno de mandato cabe ao país caribenho.

Essa circunstância não parece convencer vários membros do bloco - principalmente o Paraguai e o Brasil -, no qual não existe consenso sobre passar ou não o comando do grupo ao governo de Maduro, ainda mais em um momento em que as negociações para um acordo de livre-comércio com a União Europeia, estagnadas há anos, foram retomadas.

"A crise da possibilidade de passagem da presidência pro tempore à Venezuela é um indicador (da mencionada "mudança de estratégia"). De todas as maneiras, o governo do Uruguai (...), respeitoso dos acordos internacionais, foi claro e firme sobre respeitar os acordos. A Venezuela tem um Estado democrático. Existe sim uma tensão por propostas políticas importantes, mas na realidade há um regime democrático na Venezuela", disse Caggiani.

Os ministros das Relações Exteriores do bloco se reuniram ontem em Montevidéu e acertaram realizar novas consultas, até quinta-feira, em seus países e tomar uma decisão "pactuada" que "satisfaça a todas as partes", segundo comunicou o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, após o encontro.