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Somália atrasa novamente eleições parlamentares

26/09/2016 12h04

Mogadíscio, 26 set (EFE).- As autoridades da Somália atrasaram novamente as eleições parlamentares, que deveriam ter começado neste fim de semana, sem concretizar quando começará um processo eleitoral adiado em várias ocasiões pelas diferenças entre os principais clãs e a insegurança.

Fontes da Comissão Eleitoral Nacional explicaram nesta segunda-feira à Agência Efe que o atraso se deve a "desafios políticos" e que pode se prolongar até o final de ano, o que afetaria também as eleições presidenciais, fixadas para 30 de outubro.

Alguns partidos políticos, no entanto, advertem que este atraso corresponde a uma estratégia do governo somali para estender seu mandato.

O processo eleitoral, o primeiro democrático convocado em 47 anos, devia ter começado em agosto, quando concluiu a legislatura do parlamento e o mandato do atual governo.

No entanto, o comitê eleitoral anunciou que as eleições parlamentares seriam realizadas de 24 de setembro a 10 de outubro e que depois ocorreriam as presidenciais.

Por enquanto, estas duas datas foram adiadas à espera de que as autoridades anunciem o novo calendário.

Estes não serão pleitos convencionais, já que ao invés de por sufrágio universal, os 275 legisladores do parlamento somali serão escolhidos por 13.750 delegados em função de uma complexa repartição de poder entre os diferentes clãs.

Precisamente, um dos principais desafios destas eleições são as contínuas disputas entre clãs porque a fórmula eleitoral atual outorga maior representatividade aos grupos mais poderosos.

Embora em agosto o Fórum Nacional de Líderes (NFL) tenha anunciado a criação de um sistema de partidos para reduzir estas disputas em um prazo de dois anos, parece que as diferenças fizeram impossível a realização a tempo destes esperados pleitos.

Apesar da evidente falta de representatividade, as eleições são um grande avanço com relação às realizadas em 2012, nas quais só 135 líderes tribais se encarregaram de formar um parlamento de consenso que desse os primeiros passos da transição democrática.

Outro dos grandes desafios neste pleito é a insegurança que reina em muitas partes da Somália pelo conflito com o grupo jihadista Al Shabab, filial da Al Qaeda na Somália. EFE

ma/ff