Criança que deu carta a papa quer perguntar a candidatos sobre deportações

Miami, 30 set (EFE).- Sophie Cruz, a menina filha de pais mexicanos, que nasceu nos Estados Unidos e entregou uma carta ao papa Francisco durante sua visita ao território americano em 2015, quer perguntar aos candidatos à Casa Branca sobre o que aconteceria com ela se seus pais, que são imigrantes ilegais, fossem deportados.

Sua ideia é que a jornalista da "CBS News" Elaine Quijano, que será a moderadora do debate entre a democrata Hilarry Clinton e o republicano Donald Trump previsto para 9 de outubro, faça a eles a pergunta: "Se você deportar os meus pais, o que acontece comigo?". A menina, que tem 6 anos, já enviou a pergunta ao site "Presidential Open Questions", que irá selecionar as 30 questões mais votadas pelos usuários e as levará para a análise da equipe de moderação dos debates presidenciais para então fazê-las aos candidatos.

No texto em que argumenta as razões de seu questionamento, Sophie diz que é "uma cidadã americana" e tem uma irmã de 2 anos "também americana" e completa: "Meu coração está muito triste, porque eu estou com medo que o ICE (Serviço de Imigração e Alfândegas) deporte minha mãe e meu pai não documentados".

Até o começo da noite, o site tinha mais de 7 mil perguntas cadastradas e a de Sophie contava com quase 1.500 votos. A questão com mais apoios era a que abordava o tema da exigência de verificações de antecedentes criminais para a venda de armas, com mais de 17 mil votos. De acordo com o site, a pergunta não deve mencionar nenhum dos candidatos especificamente.

O medo de ser separada de sua família levou à criança a entregar uma carta ao papa Francisco durante sua visita aos Estados Unidos em setembro de 2015, quando ela conseguiu driblar os seguranças e acessar o pontífice para dar o texto no qual pedia para ele interceder pelos imigrantes ilegais perante o presidente Barack Obama. Posteriormente, ela enviou por correio uma carta à Casa Branca pedindo diretamente a Obama uma reforma migratória integral. EFE

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