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Líder socialista espanhol renunciará caso partido proporcione governo a Rajoy

30/09/2016 17h57

Madri, 30 set (EFE).- O líder dos socialistas espanhóis, Pedro Sánchez, anunciou nesta sexta-feira que não seguirá à frente do PSOE, principal partido da oposição, caso a direção da formação decida se abster no sábado para que o Partido Popular (conservadores) de Mariano Rajoy governe.

Em coletiva de imprensa na sede de seu partido em Madri, Sánchez advertiu que "não poderia administrar uma decisão que não compartilha", se o Comitê Federal da formação aprovar amanhã facilitar a posse do atual presidente do Governo mediante sua abstenção no Congresso.

Em seu primeiro comparecimento público após a renúncia de 17 membros da Executiva Federal, que colocou o PSOE em uma crise sem precedentes, Sánchez defendeu o "roteiro" decidido pelo Comitê Federal para se opor a uma posse do líder do PP, Mariano Rajoy.

"Se o Comitê Federal decidir mudar sua posição e passar à abstenção, obviamente, eu não poderia administrar uma decisão que não compartilho. Se meus pais me ansinaram alguma coisa, é que devo preservar minha palavra e minhas convicções", comentou.

Sánchez disse que nunca achou que os companheiros que defenderam que o PSOE proporcionasse a governabilidade estariam "mais perto da direita", mas advertiu sobre as "consequências" que teria uma abstenção, e o erro que isso significaria para milhões de eleitores de socialistas.

"A abstenção abriria a legislatura da chantagem e o PSOE não poderia bloquear os orçamentos do Estado ou as leis mais importantes apresentadas pelo governo de Rajoy", acrescentou.

A Espanha está há nove meses com um governo interino, desde dezembro de 2015, após duas convocações eleitorais nas quais o Partido Popular foi o mais votado, mas sem maioria suficiente para formar um novo governo.