Ativista cubano teme que morte de Fidel aumente repressão em Cuba
Carolina (Porto Rico), 26 nov (EFE).- O conhecido dissidente cubano Guillermo Fariñas, um dos maiores opositores do governo de Fidel Castro, afirmou neste sábado em Porto Rico que com a morte do ex-mandatário os atos de repressão no país podem aumentar.
"Achamos que haverá mais repressão. Já existem vários irmãos com as casas vigiadas, não podem sair. Simples e ingenuamente o que precisamos neste momento é mais apoio da comunidade internacional e governos democráticos", afirmou ele, em entrevista coletiva na Casa Cuba em Carolina, município que faz fronteira com San Juan.
O psicólogo e jornalista chegou a Porto Rico ontem à noite com o professor cubano René Gómez Manzano, outro conhecido opositor do governo castrista, para participar de uma série de atividades do Encontro Nacional Cubano.
"As ditaduras são mais perigosas no começo e no final. Acredito que a repressão vai aumentar, mas diminuirá se existir solidariedade internacional", enfatizou ativista, que fez várias greves de fome em protesto ao governo comunista, sendo a mais recente uma que durou 54 dias.
Ele orientou cubanos na ilha e fora dela a que pensem "como nação" e procurem "pontos concretos de unidade" para ir contra o regime que o povo vive desde que 1959.
"Se morreu um símbolo da ditadura, se morreu a figura icônica da mal chamada Revolução Cubana e 50% dela, que comecem uma luta interna porque Raúl dará o poder a seus filhos e netos, que são os que estão mandando em Cuba", indicou Fariñas, lembrando que quando era adolescente apoiou o movimento castrista.
Segundo ele, o presidente Rául Castro, "não tem o mesmo nível de conexão social nem mental que Fidel teve", e atualmente uma junta militar, integrada por familiares de Fidel e Raúl, está no poder. EFE
jm/cdr
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