Seul classifica de "brutal e desumana" morte de irmão de líder norte-coreano
O governo da Coreia do Sul descreveu nesta quarta-feira (15) como "brutal e desumano" o suposto assassinato de Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na Malásia, e afirmou que tem evidências que sugerem que ele foi envenenado.
"Ser for confirmado que o assassinato foi realizado pelo regime norte-coreano, seria um exemplo flagrante de sua natureza brutal e desumana", afirmou o primeiro-ministro sul-coreano e presidente interino, Hwang Kyo-ahn, durante seu discurso em uma reunião de emergência convocada hoje pelo Executivo.
O porta-voz do Ministério da Unificação, Jeong Joon-hee, afirmou por sua vez, que Seul está convencido que Kim Jong-nam foi assassinado, embora tenha evitado dar mais detalhes sobre o caso, em declarações divulgadas pela agência "Yonhap".
"A polícia da Malásia está conduzindo as investigações do assassinato e ainda não anunciou os resultados", disse Jeong, afirmando que a Coreia do Sul "está trabalhando em colaboração com o governo malaio".
Até o momento, as autoridades da Malásia apenas confirmaram a morte na segunda-feira de um cidadão norte-coreano chamado Kim Chol e nascido em 1970, depois de ser levado em uma ambulância do aeroporto de Kuala Lumpur, e agora tentam confirmar sua identidade e esclarecer as causas de sua morte.
Na reunião realizada hoje, em Seul, os serviços de inteligência relataram evidências que apontam que a morte aconteceu por envenenamento, mas como teria sido administrado o veneno é o que será revelado após a autópsia prevista para hoje, segundo a "Yonhap".
Veículos de imprensa sul-coreanos afirmaram que Kim Jong-nam morreu após ser atacado com agulhas envenenadas ou com um spray tóxico - segundo as diferentes versões - por duas mulheres no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, e acrescentaram que as suspeitas fugiram em um táxi.
Analistas sul-coreanos dizem que pode se tratar de um assassinato orquestrado pelo regime que liderado por Kim Jong-un para poder se livrar de uma figura incômoda e possível rival ao poder, um cenário que já foi especulado em várias ocasiões desde a ascensão do jovem ditador.
Kim Jong-nam, 45, foi considerado como o melhor posicionado para substituir a seu pai até cair em desgraça com a virada do século, e desde então acredita-se que residia principalmente entre Hong Kong, Macau e Pequim sem ocupar nenhum cargo oficial no regime norte-coreano.
O primogênito do antigo ditador perdeu definitivamente a preferência do pai quando em 2001 foi detido em um aeroporto de Tóquio com um passaporte dominicano falso que pretendia usar para entrar no Japão e supostamente visitar o parque Disneylândia.
Fruto da relação entre o ditador e a atriz Song Hye-rim, Kim Jong-nam atraiu a atenção nos últimos anos com suas críticas contra as políticas do regime norte-coreano e seu sistema de sucessão, expressadas através de sua correspondência com um jornalista japonês, disse uma televisão do mesmo país.
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