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Viagens da família Trump custam caro ao governo dos EUA

21/02/2017 10h02

Cristina García Casado.

Washington, 21 fev (EFE).- As escapadas de Donald Trump para a Flórida, as viagens de seus filhos por todo o mundo e o fato de a primeira-dama estar morando em Nova York geram gastos milionários e complicam o trabalho do Serviço Secreto nos Estados Unidos.

Esse último foi o terceiro fim de semana seguido que Trump passou em seu luxuoso clube particular em Palm Beach, já batizado por ele como "Casa Branca de inverno". As despesas do deslocamento - e todos os agentes que o acompanham - de Washington se somam às de Melania Trump, que saiu de Nova York para encontrar o marido.

A primeira-dama não se mudou para a Casa Branca e decidiu ficar na cobertura da Trump Tower de Manhattan para que seu único filho, Baron, termine o ano letivo em Nova York.

O Serviço Secreto, responsável pela segurança do presidente, tem o desafio de zelar pela família Trump em várias residências, estados e inclusive continentes ao mesmo tempo.

Os dois filhos adultos de Trump, que agora controlam o conglomerado empresarial da família, viajaram neste fim de semana para os Emirados Árabes Unidos para a inauguração de um campo de golfe da marca da família.

Desde janeiro, Donald Jr. e Eric foram também ao Uruguai e à República Dominicana. E está previsto que viajem ao Canadá nesta terça-feira para a inauguração de uma Trump Tower em Vancouver.

A viagem de Eric a Punta del Este para promover a empresa familiar custou US$ 97.830 aos contribuintes americanos, de acordo com informações obtidas pelo jornal "The Washington Post". Apesar de ser uma viagem de negócios, a segurança do jovem é de responsabilidade do Serviço Secreto por ele ser filho do presidente.

Os quartos de hotel dos agentes - para duas noites - custaram US$ 88.320. Os gastos com os funcionários da embaixada americana em Montevidéu para dar apoio ao esquema de segurança foram de US$ 9.510.

O detalhe das despesas também revela o custo das escapadas de fim de semana de Trump à Flórida. Calcula-se que cada viagem do presidente a Mar-a-Lago custe US$ 3,6 milhões. Dessa forma, os gastos das três viagens superariam US$ 10 milhões.

As contas foram feitas pelo "Washington Post" e pelo "Politico" com base nos dados de uma viagem do ex-presidente Barack Obama de Washington a Palm Beach em 2013, durante quatro dias, com uma parada intermediária em Chicago para dar um discurso.

Os detalhes da viagem e as despesas estão documentados em um relatório da controladoria americana preparado em 2016 a pedido do senador republicano John Barrasso.

Trump foi durante anos um dos maiores críticos das viagens de Obama, mas analistas apontam que, nesse ritmo, a conta de suas andanças será amplamente superior à de seu antecessor.

O grupo conservador Judicial Watch estima que as despesas de viagem de Obama foram de US$ 97 milhões em oito anos. Levando em consideração as contas das viagens das primeiras semanas de Trump na Casa Branca, ele poderia ultrapassar Obama em "centenas de milhões de dólares" em apenas quatro anos, de acordo com o "Post".

Mas Trump não é perseguido só pelas críticas que fez às viagens de Obama. Ele também tinha prometido em entrevista ao "The Hill" em 2015 que "raramente" sairia da Casa Branca se fosse eleito porque haveria "muito trabalho a fazer".

Além das viagens a Mar-a-Lago, circulam na imprensa informações de que ele pretende passar pelo menos 10 fins de semana em seu clube de golfe na pequena cidade de Bedminster, em Nova Jersey.

Quando os porta-vozes do governo são perguntados sobre as viagens do presidente, eles garantem que Trump segue trabalhando fora da Casa Branca, uma mensagem que lembra uma frase da ex-primeira-dama Nancy Regan. "Os presidentes não tiram férias, só mudam de cenário". EFE

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