Mediador da ONU diz não espera progressos rápidos em negociações sírias
Genebra, 22 fev (EFE).- O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, reconheceu nesta quarta-feira que não acredita que as negociações de paz, que começam amanhã em Genebra, levarão a progressos instantâneos, mas que serão o início de uma série de rodadas de conversas para que a paz retorne ao país.
"Não espero nenhum progresso imediato, mas que seja o início de uma série de rodadas nas quais possamos avançar nos temas substanciais", declarou ele em entrevista coletiva.
De Mistura também alertou que serão várias as tentativas de fazer as negociações descarrilarem. Por isso, o enviado especial advertiu sobre as possíveis provocações, acusações mútuas e gestos agressivos que podem fazer as partes deixar a mesa de diálogo.
"Reduzir qualquer tipo de provocação, por qualquer das partes, permitirá que essas conversas entre sírios não sejam afetadas pela ruptura que buscarão aqueles que tentam bloqueá-las", disse o diplomata na entrevista coletiva.
Dezenas de representantes da imprensa chegaram a Genebra com a expectativa de que essa nova rodada de negociações coloque fim, de uma vez por todas, a uma guerra que já dura seis anos, deixou 400 mil mortos e provocou o êxodo de 5 milhões de sírios.
De Mistura pediu aos jornalistas que "não se deixem surpreender com as declarações retóricas, agressivas ou humilhante porque elas são parte do que se pode esperar".
O enviado especial citou como caso mais recente da tentativa de boicotar os esforços diplomáticos o ataque de ontem contra um comboio que tentava levar ajuda humanitária à cidade de Al Waer, na província de Homs, no centro do país.
A Síria vive um cessar-fogo desde o fim de dezembro, conseguido com intermediação de Rússia e Irã, principais aliados do regime sírio, e da Turquia, que apoiou de maneira significativa a oposição nos últimos anos.
Para demonstrar o compromisso com essa nova rodada de negociações, a Rússia anunciou hoje em uma reunião com outros países envolvidos no conflito que pediu ao governo Sírio que interrompa qualquer operação militar nas regiões nas quais há a trégua.
A maior parte dos participantes das negociações já está em Genebra, mas alguns chegarão amanhã, quando De Mistura deve iniciar consultas diplomáticas com ambas as partes.
O que ainda não está definido é se as negociações serão diretas - com as delegações rivais reunidas em uma mesma sala, ou indiretas, como ocorreu nas três rodadas realizadas no ano passado.
Uma diferença significativa em relação aos outros diálogos é que metade da delegação opositora será composta por representantes de grupos armados, como antecipou a ONU.
No passado, o governo da Síria acusava a delegação opositora, composta em grande medida por pessoas no exílio, de assumir uma representatividade que não tinha, de desconhecer a realidade do país e de carecer de qualquer poder de decisão. EFE
is/lvl
(foto)(vídeo)
"Não espero nenhum progresso imediato, mas que seja o início de uma série de rodadas nas quais possamos avançar nos temas substanciais", declarou ele em entrevista coletiva.
De Mistura também alertou que serão várias as tentativas de fazer as negociações descarrilarem. Por isso, o enviado especial advertiu sobre as possíveis provocações, acusações mútuas e gestos agressivos que podem fazer as partes deixar a mesa de diálogo.
"Reduzir qualquer tipo de provocação, por qualquer das partes, permitirá que essas conversas entre sírios não sejam afetadas pela ruptura que buscarão aqueles que tentam bloqueá-las", disse o diplomata na entrevista coletiva.
Dezenas de representantes da imprensa chegaram a Genebra com a expectativa de que essa nova rodada de negociações coloque fim, de uma vez por todas, a uma guerra que já dura seis anos, deixou 400 mil mortos e provocou o êxodo de 5 milhões de sírios.
De Mistura pediu aos jornalistas que "não se deixem surpreender com as declarações retóricas, agressivas ou humilhante porque elas são parte do que se pode esperar".
O enviado especial citou como caso mais recente da tentativa de boicotar os esforços diplomáticos o ataque de ontem contra um comboio que tentava levar ajuda humanitária à cidade de Al Waer, na província de Homs, no centro do país.
A Síria vive um cessar-fogo desde o fim de dezembro, conseguido com intermediação de Rússia e Irã, principais aliados do regime sírio, e da Turquia, que apoiou de maneira significativa a oposição nos últimos anos.
Para demonstrar o compromisso com essa nova rodada de negociações, a Rússia anunciou hoje em uma reunião com outros países envolvidos no conflito que pediu ao governo Sírio que interrompa qualquer operação militar nas regiões nas quais há a trégua.
A maior parte dos participantes das negociações já está em Genebra, mas alguns chegarão amanhã, quando De Mistura deve iniciar consultas diplomáticas com ambas as partes.
O que ainda não está definido é se as negociações serão diretas - com as delegações rivais reunidas em uma mesma sala, ou indiretas, como ocorreu nas três rodadas realizadas no ano passado.
Uma diferença significativa em relação aos outros diálogos é que metade da delegação opositora será composta por representantes de grupos armados, como antecipou a ONU.
No passado, o governo da Síria acusava a delegação opositora, composta em grande medida por pessoas no exílio, de assumir uma representatividade que não tinha, de desconhecer a realidade do país e de carecer de qualquer poder de decisão. EFE
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