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UE convoca embaixador turco por palavras de Erdogan sobre segurança europeia

23/03/2017 10h43

Bruxelas, 23 mar (EFE).- A União Europeia convocou nesta quinta-feira o representante da Turquia perante as instituições comunitárias para pedir uma "explicação" dos comentários do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que disse que os europeus não terão certeza nas ruas pelo tratamento da UE a seu país.

"Sobre estes comentários específicos, pedimos ao comissário permanente turco perante a UE que venha ao Serviço Europeu de Ação Exterior hoje para uma reunião com responsáveis comunitários", indicou na entrevista coletiva diária da Comissão Europeia a porta-voz das Relações Exteriores, Maja Kocijancic.

"Gostaríamos de receber uma explicação sobre os comentários do presidente Erdogan referentes à segurança dos europeus nas ruas do mundo", acrescentou.

Por sua vez, o porta-voz chefe da Comissão, Margaritis Schinas, afirmou que seu "conselho", após um "acontecimento trágico" como o atentado terrorista que deixou quatro mortos em Londres (entre eles o agressor) na quarta-feira, "seria que fôssemos muito cautelosos ao expressar juízos de valor, comentários ou generalizações neste ponto tão sensível".

O presidente da Turquia advertiu na quarta-feira que os cidadãos europeus "não poderão sair em paz às ruas" se a Europa "continuar se comportando assim" e voltou a denunciar o suposto maus-tratos sofridos por seu país.

"Tudo isto é seguido atentamente no mundo todo. Se continuar se comportando assim, nenhum europeu, nenhum ocidental, poderá no dia de amanhã, em nenhum lugar do mundo, sair às ruas com segurança e paz", advertiu o político islamita.

"Se for aberta essa perigosa via, enfrentarão o maior dano", advertiu o chefe do Estado turco perante um grupo de jornalistas em Ancara.

Erdogan reiterou suas queixas pelo o que considera maus-tratos por parte da Europa, no contexto da crise provocada pelo veto de vários países a que ministros turcos façam campanha eleitoral em seus territórios a favor do referendo constitucional para entregar todo o poder executivo ao chefe do Estado.