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Erdogan anuncia que visitará Trump em Washington em meados de maio

20/04/2017 15h53

Istambul, 20 abr (EFE).- O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quinta-feira que visitará seu colega americano, Donald Trump, em meados de maio em Washington, após uma visita oficial à China.

"A data foi definida agora. Acredito que em 15 de maio irei para China. Da China, viajarei para os Estados Unidos", disse Erdogan em uma entrevista ao canal turco "A News", propriedade da cadeia A Haver.

"Em todo caso, a data da reunião com Trump será 16 ou 17 de maio. Ou seja, saio de China no dia 15 e irei direto aos Estados Unidos", acrescentou o presidente.

Erdogan disse que um dos motivos da visita, a primeira que fará a Washington desde que Donald Trump assumiu o cargo em janeiro, é melhorar as relações bilaterais desde o aspeto econômico.

A visita será "frutífera e oportuna", disse o governante turco, e lembrou que propõe elevar até os US$ 50 bilhões o volume de comércio bilateral, que atualmente oscila em cerca de US$ 17,5 bilhões.

Nos últimos meses, a relação entre Ancara e Washington, habitualmente boa, foi afetada por duas polêmicas, nas quais o Governo turco não chegou a um acordo com o ex-presidente democrata Barack Obama, mas espera uma postura mais flexível de Trump.

Uma é o apoio militar que Washington outorga às milícias curdas do norte de Síria em sua luta contra o Estado Islâmico (EI), o que desagrada Ancara, que as considera vinculadas diretamente à guerrilha curda na Turquia e, portanto, terroristas.

O outro assunto que gera tensões é a figura do clérigo islamita Fethullah Gülen, até 2013 aliado de Erdogan, que vive exilado na Pensilvânia (EUA) e a quem Ancara acusa de ter instigado o fracassado golpe militar de julho.

A Turquia exigiu a extradição de Gülen, mas as autoridades americanas responderam que a solicitação não satisfazia as exigências jurídicas para demonstrar um delito concreto.

Erdogan disse inclusive que os Estados Unidos deveriam entregar Gülen sem formalidades jurídicas, tal e como, assegura, é habitual fazer com terroristas procurados por um país aliado.