Ataque de Paris terá impacto limitado nas eleições, segundo especialistas
Antonio Torres del Cerro.
Paris, 21 abr (EFE).- O atentado jihadista de ontem à noite na avenida Champs-Élysées, em Paris, terá um impacto limitado entre o eleitorado francês, que comparecerá neste domingo às urnas para eleger o presidente nas eleições mais incertas da história, segundo especialistas consultados nesta sexta-feira pela Agência Efe.
O ataque que deixou um policial morto e dois feridos não mudará substancialmente o panorama traçado pelas pesquisas, com o liberal Emmanuel Macron e a ultradireitista Marine Le Pen como favoritos, opinaram os analistas.
No entanto, reconhecem que poderá haver um aumento no apoio a Le Pen e ao candidato conservador François Fillon, pois ambos encarnam melhor os valores da lei e da ordem que Macron ou que os candidatos da esquerda Jean-Luc Mélenchon e Benoît Hamon.
"O terrorismo surge como um assunto de campanha. Servirá a Le Pen para que freie sua queda nas pesquisas e para reforçar a estatura presidencial de Fillon", opinou o pesquisador do instituto de estudos políticos SciencePo, Vincent Martigny.
Ataques como o de ontem à noite, quando um indivíduo disparou contra uma patrulha de policiais, fazem com que os cidadãos busquem "proteção", que podem encontrar nas propostas da ultradireita e da direita, que pedem o restabelecimento das fronteiras, o endurecimento das penas e a intensificação do cerco aos fichados.
Por enquanto, nenhuma tendência se tem feito notar. Segundo a última pesquisa divulgada hoje, que inclui entrevistas feitas entre os dias 18 e 21 de abril - um dia depois do atentado -, Macron continua no topo com uma leve vantagem (24,5%), seguido por Le Pen (22,5%), Fillon (19,5%) e Mélenchon (18,5%), enquanto Hamon registra apenas 7%.
Para Jean Chiche, doutor em estatísticas matemáticas e especialista no comportamento eleitoral e em eleições, também se verão reforçados os candidatos considerados mais "autoritários", como Le Pen e Fillon, embora o mais destacado será o impacto na participação.
"O índice de participação subirá. Haverá mais eleitores que decidirão a ir às urnas pela necessidade de fazer algo" perante o atentado, opinou Chiche.
De acordo também com a última pesquisa, a participação no primeiro turno de 23 de abril tende a aumentar e está em torno de 73%, com uma abstenção de 27%.
Martigny descartou que o ataque de ontem à noite possa provocar uma grande reviravolta eleitoral na França, como aconteceu nas eleições legislativas espanholas de 2004, quando ganhou o socialista José Luis Rodríguez Zapatero três dias depois dos atentados de 11 de março que mataram 191 pessoas.
"Acredito que não, principalmente pelo alcance. Se tivesse sido o de 13 de novembro de 2015 (129 mortos) ou de Nice (86), poderia ser outro assunto", ponderou.
Apesar da incerteza - apenas seis pontos separam os quatro principais candidatos -, ambos especialistas sustentaram que os favoritos para chegar ao segundo turno de 7 de maio são ainda Macron, um pró-europeu com apoios nas classes mais ricas, e Le Pen, eurófoba e popular nos redutos operários.
"Não tenho certeza de que Fillon chegue lá. É certo que pode ganhar algo, mas tem bastante desvantagem a respeito de Macron", destacou Chiche.
Entretanto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou hoje mesmo que o ataque terrorista de ontem à noite em Paris terá um "grande impacto" nas eleições francesas de domingo.
"Outro ataque terrorista em Paris. O povo francês não suportará muito mais", escreveu Trump em sua conta no Twitter.
Paris, 21 abr (EFE).- O atentado jihadista de ontem à noite na avenida Champs-Élysées, em Paris, terá um impacto limitado entre o eleitorado francês, que comparecerá neste domingo às urnas para eleger o presidente nas eleições mais incertas da história, segundo especialistas consultados nesta sexta-feira pela Agência Efe.
O ataque que deixou um policial morto e dois feridos não mudará substancialmente o panorama traçado pelas pesquisas, com o liberal Emmanuel Macron e a ultradireitista Marine Le Pen como favoritos, opinaram os analistas.
No entanto, reconhecem que poderá haver um aumento no apoio a Le Pen e ao candidato conservador François Fillon, pois ambos encarnam melhor os valores da lei e da ordem que Macron ou que os candidatos da esquerda Jean-Luc Mélenchon e Benoît Hamon.
"O terrorismo surge como um assunto de campanha. Servirá a Le Pen para que freie sua queda nas pesquisas e para reforçar a estatura presidencial de Fillon", opinou o pesquisador do instituto de estudos políticos SciencePo, Vincent Martigny.
Ataques como o de ontem à noite, quando um indivíduo disparou contra uma patrulha de policiais, fazem com que os cidadãos busquem "proteção", que podem encontrar nas propostas da ultradireita e da direita, que pedem o restabelecimento das fronteiras, o endurecimento das penas e a intensificação do cerco aos fichados.
Por enquanto, nenhuma tendência se tem feito notar. Segundo a última pesquisa divulgada hoje, que inclui entrevistas feitas entre os dias 18 e 21 de abril - um dia depois do atentado -, Macron continua no topo com uma leve vantagem (24,5%), seguido por Le Pen (22,5%), Fillon (19,5%) e Mélenchon (18,5%), enquanto Hamon registra apenas 7%.
Para Jean Chiche, doutor em estatísticas matemáticas e especialista no comportamento eleitoral e em eleições, também se verão reforçados os candidatos considerados mais "autoritários", como Le Pen e Fillon, embora o mais destacado será o impacto na participação.
"O índice de participação subirá. Haverá mais eleitores que decidirão a ir às urnas pela necessidade de fazer algo" perante o atentado, opinou Chiche.
De acordo também com a última pesquisa, a participação no primeiro turno de 23 de abril tende a aumentar e está em torno de 73%, com uma abstenção de 27%.
Martigny descartou que o ataque de ontem à noite possa provocar uma grande reviravolta eleitoral na França, como aconteceu nas eleições legislativas espanholas de 2004, quando ganhou o socialista José Luis Rodríguez Zapatero três dias depois dos atentados de 11 de março que mataram 191 pessoas.
"Acredito que não, principalmente pelo alcance. Se tivesse sido o de 13 de novembro de 2015 (129 mortos) ou de Nice (86), poderia ser outro assunto", ponderou.
Apesar da incerteza - apenas seis pontos separam os quatro principais candidatos -, ambos especialistas sustentaram que os favoritos para chegar ao segundo turno de 7 de maio são ainda Macron, um pró-europeu com apoios nas classes mais ricas, e Le Pen, eurófoba e popular nos redutos operários.
"Não tenho certeza de que Fillon chegue lá. É certo que pode ganhar algo, mas tem bastante desvantagem a respeito de Macron", destacou Chiche.
Entretanto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou hoje mesmo que o ataque terrorista de ontem à noite em Paris terá um "grande impacto" nas eleições francesas de domingo.
"Outro ataque terrorista em Paris. O povo francês não suportará muito mais", escreveu Trump em sua conta no Twitter.
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