Combate a terrorismo vira ponto de batalha em eleição acirrada
Antonio Torres del Cerro.
Paris, 21 abr (EFE).- Como combater o terrorismo jihadista que tirou nos últimos dois anos a vida de 238 pessoas na França é um dos principais pontos de batalha das próximas eleições presidenciais, as mais disputadas na história recente do país.
Os principais candidatos, que abrangem desde a ultradireita populista de Marine Le Pen até o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, se esforçam para dar resposta a uma das principais preocupações dos eleitores: viver em segurança.
Pouco acostumados aos problemas relacionados com o terrorismo, os franceses viram sua rotina mudar drasticamente nos dois últimos anos devido a uma onda de ataques.
Em janeiro de 2015, o ataque à revista satírica "Charlie Hebdo" em Paris marcou o primeiro capítulo destes trágicos acontecimentos, e o mais recente foi o atentado a tiros contra policiais em plena avenida Champs-Élysées, ocorrido ontem, a três dias do pleito.
A série inclui o atropelamento mortal de 86 pedestres em 14 de julho de 2016, em Nice, e o caso de maior dimensão ocorreu em 13 de novembro de 2015, quando terroristas mataram em Paris e Saint Denis 130 pessoas, 89 delas na casa de shows "Bataclan". O presidente francês, François Hollande, decretou então estado de emergência, que estará em vigor até julho.
Organizações como a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) avisaram que a política antiterrorista francesa, ao abrigo deste estado de emergência, escava os alicerces do Estado de direito e abre a porta para abusos nas investigações.
Manter ou não esta medida divide parte dos favoritos na corrida presidencial.
O candidato conservador François Fillon pretende reforçá-la, o socialista Benoît Hamon, modificá-la, e o esquerdista Mélenchon, abandoná-la. Emmanuel Macron e Le Pen, que encabeçam as sondagens, não revelaram suas posturas a respeito.
Os cinco candidatos concordam em reforçar o efetivo policial, que no ano passado organizou protestos pela falta de recursos humanos e econômicos.
Le Pen, partidária de que as forças da ordem ajam com rigidez, prometeu reforçá-las "massivamente" com a contratação de 15 mil policiais e gendarmes.
Seu principal concorrente, Macron, aposta na formação de mais 10 mil soldados e na criação de uma polícia de segurança cotidiana que esteja "mais próxima" dos franceses.
Fillon, outro candidato favorável a endurecer a lei e a ordem, taxou em 10 mil o número de novos agentes que quer contratar para tarefas nas ruas e administrativas.
Na esquerda, Mélenchon pretende duplicar a polícia científica, e Hamon quer criar 5 mil novos postos.
A favor do restabelecimento de um serviço militar obrigatório, eliminado em 1997, estão Le Pen, Macron e Mélenchon - estes últimos com ressalvas -, enquanto Fillon e Hamon se opõem.
No entanto, o aumento do orçamento de Defesa dos atuais 1,77% do PIB para 2% é consenso entre os principais concorrentes, menos Mélenchon.
As alianças internacionais para combater o Estado Islâmico (EI) são outro ponto de divergência entre os candidatos: Fillon quer relações mais fluentes com a Rússia de Vladimir Putin e com a luta contra o EI em Síria. Le Pen e Mélenchon também pretendem aproximar Paris de Moscou, o contrário de Macron e Hamon.
Além disso, a participação francesa na Otan gera controvérsia. Mélenchon deseja abandonar a aliança militar, e Le Pen quer que a França deixe de estar no comando militar para não ser obrigada a entrar em "guerras que não são suas".
Macron e Hamon manteriam o país na organização transatlântica, e Fillon não se pronunciou publicamente sobre o assunto.
Paris, 21 abr (EFE).- Como combater o terrorismo jihadista que tirou nos últimos dois anos a vida de 238 pessoas na França é um dos principais pontos de batalha das próximas eleições presidenciais, as mais disputadas na história recente do país.
Os principais candidatos, que abrangem desde a ultradireita populista de Marine Le Pen até o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, se esforçam para dar resposta a uma das principais preocupações dos eleitores: viver em segurança.
Pouco acostumados aos problemas relacionados com o terrorismo, os franceses viram sua rotina mudar drasticamente nos dois últimos anos devido a uma onda de ataques.
Em janeiro de 2015, o ataque à revista satírica "Charlie Hebdo" em Paris marcou o primeiro capítulo destes trágicos acontecimentos, e o mais recente foi o atentado a tiros contra policiais em plena avenida Champs-Élysées, ocorrido ontem, a três dias do pleito.
A série inclui o atropelamento mortal de 86 pedestres em 14 de julho de 2016, em Nice, e o caso de maior dimensão ocorreu em 13 de novembro de 2015, quando terroristas mataram em Paris e Saint Denis 130 pessoas, 89 delas na casa de shows "Bataclan". O presidente francês, François Hollande, decretou então estado de emergência, que estará em vigor até julho.
Organizações como a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) avisaram que a política antiterrorista francesa, ao abrigo deste estado de emergência, escava os alicerces do Estado de direito e abre a porta para abusos nas investigações.
Manter ou não esta medida divide parte dos favoritos na corrida presidencial.
O candidato conservador François Fillon pretende reforçá-la, o socialista Benoît Hamon, modificá-la, e o esquerdista Mélenchon, abandoná-la. Emmanuel Macron e Le Pen, que encabeçam as sondagens, não revelaram suas posturas a respeito.
Os cinco candidatos concordam em reforçar o efetivo policial, que no ano passado organizou protestos pela falta de recursos humanos e econômicos.
Le Pen, partidária de que as forças da ordem ajam com rigidez, prometeu reforçá-las "massivamente" com a contratação de 15 mil policiais e gendarmes.
Seu principal concorrente, Macron, aposta na formação de mais 10 mil soldados e na criação de uma polícia de segurança cotidiana que esteja "mais próxima" dos franceses.
Fillon, outro candidato favorável a endurecer a lei e a ordem, taxou em 10 mil o número de novos agentes que quer contratar para tarefas nas ruas e administrativas.
Na esquerda, Mélenchon pretende duplicar a polícia científica, e Hamon quer criar 5 mil novos postos.
A favor do restabelecimento de um serviço militar obrigatório, eliminado em 1997, estão Le Pen, Macron e Mélenchon - estes últimos com ressalvas -, enquanto Fillon e Hamon se opõem.
No entanto, o aumento do orçamento de Defesa dos atuais 1,77% do PIB para 2% é consenso entre os principais concorrentes, menos Mélenchon.
As alianças internacionais para combater o Estado Islâmico (EI) são outro ponto de divergência entre os candidatos: Fillon quer relações mais fluentes com a Rússia de Vladimir Putin e com a luta contra o EI em Síria. Le Pen e Mélenchon também pretendem aproximar Paris de Moscou, o contrário de Macron e Hamon.
Além disso, a participação francesa na Otan gera controvérsia. Mélenchon deseja abandonar a aliança militar, e Le Pen quer que a França deixe de estar no comando militar para não ser obrigada a entrar em "guerras que não são suas".
Macron e Hamon manteriam o país na organização transatlântica, e Fillon não se pronunciou publicamente sobre o assunto.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.